Ricardo Teixeira é o presidente da CBF desde 1989 (Eduardo Monteiro/Placar)
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2011 às 15h31.
Londres - Três membros do Comitê Executivo da Fifa que votaão na eleição da próxima quinta-feira que decidirá as sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022 aceitaram em 1990 subornos que chegam a 76 milhões de euros, segundo denúncia divulgada nesta segunda-feira pelo programa "Panorama", da "BBC".
Entre os acusados está o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Os outros dois são o mandatário da Conmebol, o paraguaio Nicolás Leoz, e o dirigente máximo da Confederação Africana de Futebol (CAF), o camaronês Issa Hayatou.
De acordo com as investigações da rede britânica de televisão, eles receberam dinheiro de uma firma de marketing esportivo - a ISL -, que administrava a venda dos direitos de transmissão das competições da Fifa e que foi à falência em 2001.
Pouco antes da transmissão do programa que divulgará as denúncias (marcada para as 18h30 de Brasília), a "BBC" adiantou em seu site e em noticiários alguns detalhes descobertos após ter aceso a um documento confidencial que inclui uma lista de 175 pagamentos supostamente recebidos pelos três dirigentes.
Em sua breve antecipação, a rede destacou que a Fifa rejeitou os pedidos do programa "Panorama" para que alguns dirigentes fossem entrevistados sobre o caso. Alékm disso, nenhum dos três acusados responderam às acusações do programa.
Por causa do julgamento pela quebra de ISL, em março de 2008, a Conmebol considerou o assunto "encerrado", e reiterou que Leoz negou qualquer envolvimento com corrupção.
A "BBC" recebeu numerosas críticas nas últimas semanas pela decisão de emitir esse documentário três dias antes da votação do Comitê Executivo da Fifa que determinará as sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022.
Para o Mundial de 2018, a Inglaterra concorre com a Candidatura Ibérica (Espanha e Portugal), a parceria entre Bélgica e Holanda e a proposta individual da Rússia. Para 2022, os aspirantes são Austrália, Estados Unidos, Japão, Catar e Coreia do Sul.
O primeiro-ministro do Reino Unido, o conservador David Cameron, que viajará para Zurique para defender a candidatura da Inglaterra, manifestou no domingo sua preocupação perante a iminente transmissão desse documentário.
No entanto, garantiu que confia que os membros da Fifa com direito a voto no dia entendam que o Reino Unido é um país "livre" e que conta com "uma imprensa independente e sólida".