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Teich: "Brasil é um dos países que melhor performam em relação à covid-19"

Ministro cita dados de óbito logo após anunciar programa para coletar informações; general é anunciado para substituir médico como número 2 da pasta

Teich: ministro diz que está trabalhando em três braços de informação, estrutura e diretriz para isolamento social (Gabriela Biló/Estadão Conteúdo)

Teich: ministro diz que está trabalhando em três braços de informação, estrutura e diretriz para isolamento social (Gabriela Biló/Estadão Conteúdo)

CC

Clara Cerioni

Publicado em 22 de abril de 2020 às 18h18.

Última atualização em 29 de abril de 2020 às 14h20.

Em sua primeira entrevista coletiva como ministro da Saúde, Nelson Teich afirmou que o Brasil é um dos países que melhor performam em relação à covid-19.

"Se você analisar mortos por milhão de pessoas, o número do Brasil é de 8,17. A Alemanha tem 15, a Itália tem 135, a Espanha tem 255 e os Estados Unidos, 129. O nosso número é um dos melhores", afirmou o ministro, logo depois de apresentar um planejamento para melhorar a coleta de dados no país sobre a doença.

"Sabemos muito pouco sobre a doença e, quando você sabe muito pouco, o poder de decidir de forma estruturada é difícil. Você faz escolhas que são frágeis. É fundamental que, por mais que a gente foque na covid-19, não podemos esquecer do cuidado das outras pessoas", afirma.

O Brasil, no entanto, é um dos países que menos tem realizado testes por habitante, aumentando a subnotificação de casos confirmados e também de óbitos. Aqui, os exames chegaram a 1.300 por 1 milhão de habitantes, enquanto na Itália é de 25.000 por 1 milhão de habitantes; na Alemanha, 20.000 por 1 milhão de habitantes; na Espanha, 19.000 por 1 milhão de habitantes; e nos Estados Unidos, 13.000 por 1 milhão de habitantes.

O ministro citou, ainda, que, apesar da subnotificação, os custos de fazer uma política de isolamento são altos em relação à população acometida pelo vírus. "Se a gente imaginar um cenário hipotético, em que digamos que temos 100 vezes mais casos, 4 milhões de infectados. Isso é 2% da população", disse.

Para ele, é "absolutamente normal um distanciamento social na largada, mas não pode estar desacompanhado de um programa de saída". Por isso, uma das frentes de trabalho será para desenhar um programa para permitir que estados e municípios criem políticas de isolamento social.

Por fim, o terceiro braço de atuação que o ministro anunciou será em relação à infraestrutura. Ele confirmou o general Eduardo Pazuello como secretário executivo da pasta. Pazuello ficará responsável, principalmente, pela parte de logística e distribuição de remédios e insumos durante a pandemia do novo coronavírus.

"Nesses poucos dias que estou aqui, a impressão que eu tenho é que a gente precisa ser muito mais eficiente do que a gente é hoje. Estamos falando de logística, compra e distribuição. Ele [Pazuello] é uma pessoa muito experiente nisso. É uma pessoa que vem trazer uma contribuição em um momento em que a gente corre contra o tempo", diz Teich.

Plano de recuperação

Na entrevista coletiva, o ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, fez uma breve explicação sobre o programa Pró-Brasil, que é um projeto de recuperação econômica do país para depois da crise causada pela covid-19.

Sem a participação de membros da equipe do Ministério da Economia, que tem sido resistente à proposta, o chefe da Casa Civil explicou que o programa é sustentado na retomada de obras públicas com recursos do Tesouro Nacional, como forma de evitar uma escalada do desemprego.

Para ser colocado em prática, segundo Braga Netto, será preciso a colaboração de todos os ministérios do governo. O Ministério da Infraestrutura deve ser o mais envolvido.

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