Graça Foster: foram penduradas faixas com rosto da executiva, pedindo pelo bloqueio patrimonial (Antônio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2014 às 16h09.
Brasília - O Tribunal de Contas da União (TCU) retomou na tarde desta quarta-feira, 27, a análise do processo sobre a aquisição da refinaria de Pasadena e deve definir se a presidente da Petrobras, Graça Foster, terá seus bens bloqueados.
Do lado de fora do tribunal, foram penduradas faixas com o rosto da executiva e com o pedido pelo bloqueio patrimonial da presidente da empresa.
Os cartazes têm os logos da Força Sindical e da União Geral dos Trabalhadores (UGT). "A justiça é cega, mas os trabalhadores, não", diz uma das faixas.
Também foram espalhadas imagens da presidente Dilma Rousseff vestida com um macacão laranja da estatal em que o nome da empresa foi alterado para "PTrobras".
Abaixo dos cartazes com a imagem de Dilma, constam os dizeres "caixa 2" e "corrupção". A sessão plenária do tribunal já teve início e, em breve, o caso entrará para julgamento.
Conforme revelado nesta terça-feira pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o ministro relator do caso, José Jorge, deve confirmar aos colegas no plenário que houve doação de bens por parte da presidente da estatal.
O ministro não pretende analisar, contudo, se o feito configura tentativa de burla. Conforme reportagem publicado pelo jornal O Globo, Graça e o ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró doaram bens após divulgação do caso Pasadena.
José Jorge irá manter seu voto pedindo que a presidente da empresa e também o ex-diretor Jorge Zelada sejam incluídos no novo processo que irá apurar a culpa dos envolvidos por um prejuízo estimado em US$ 792 milhões com a compra da refinaria.
Ele deve pedir que o bloqueio patrimonial já estabelecido para 11 nomes, como Cerveró, Almir Barbassa, José Sérgio Gabrielli e Paulo Roberto Costa seja estendido para a presidente da estatal.
Nos bastidores do tribunal, os ministros preveem que José Jorge fique vencido e Graça seja liberada da indisponibilidade de bens.
A decisão já foi adiada duas vezes. Na primeira ocasião, o caso foi suspenso após defesa do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, no plenário.
No segundo momento, o relator retirou o processo do julgamento após receber a notícia de que a presidente da estatal havia doado bens.
Adams, que reforçou seu périplo pelos gabinetes dos ministros nesta semana, está presente na sessão que decidirá a situação de Graça Foster.