Brasil

TCU investigará pagamento da Petrobras à Bolívia

Os recursos foram pagos a título de indenização no mês passado e incluíram acerto de débitos atrasados


	Petrobras: TCU quer entender o que levou estatal a tomar decisão de pagar por componentes
 (André Valentim/EXAME.com)

Petrobras: TCU quer entender o que levou estatal a tomar decisão de pagar por componentes (André Valentim/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2014 às 16h39.

Brasília - O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Jorge, disse nesta quarta-feira, 22, que o tribunal vai investigar o pagamento de US$ 434 milhões feito pela Petrobras por componentes que chegam junto com o gás fornecido pela Bolívia.

Os recursos foram pagos a título de indenização no mês passado e incluíram acerto de débitos atrasados.

Segundo o ministro, o pagamento não está previsto em contrato e os componentes não são aproveitados pela Petrobras.

Segundo o ministro, o pagamento era uma reivindicação antiga do governo boliviano pelo pagamento de insumos como propano e etano, pelo período entre 2008 e 2013.

A Petrobras teria pago o valor de uma só vez, incluindo os atrasados, embora não faça uso desses componentes.

"A alternativa seria a Bolívia tirar esses componentes antes de mandar o gás para o Brasil ou retirar os componentes logo que o gás chegasse para depois vendê-los. Nenhum dos dois faz isso, nem a Bolívia, nem a Petrobras", afirmou, ressaltando que se trata de um pagamento "vultuoso".

"Isso não está previsto no contrato, nem a Petrobras nunca pagou por esses componentes que ela não usa. Agora, em agosto ou setembro, a Petrobras decidiu pagar por esses componentes, inclusive os valores atrasados. Isso deu uma conta de R$ 1 bilhão", disse.

"A Petrobras está pagando, aparentemente, pelo menos até agora, por um componente que não estava previsto no contrato e que também não está sendo utilizado", disse.

O TCU quer entender o que levou a Petrobras a tomar a decisão de pagar por esses componentes.

"Queremos saber por que pagou, baseado em que, quem autorizou, para poder tomar uma providência", afirmou o ministro.

"Ninguém sabe como, por quê, se estava no contrato, se houve alteração do contrato."

Na última segunda-feira, 20, um despacho publicado por José Jorge determinou a abertura do processo de fiscalização. O

ministro atendeu a um pedido do procurador do Ministério Público junto a TCU, Júlio Marcelo de Oliveira, que apresentou representação para que o caso fosse investigado. A auditoria de fiscalização deve durar entre 90 e 120 dias.

Premium I

O TCU decidiu arquivar as investigações a respeito das obras da refinaria Premium I, no Maranhão.

A fiscalização foi feita nas obras de terraplanagem da obra, as únicas feitas até agora. O contrato foi firmado com o Consórcio Galvão/Serveng/Fidens e custou R$ 711 milhões.

A auditoria do TCU apontou sobrepreços em uma série de itens e resultou numa economia de R$ 60,6 milhões para a Petrobras.

A Petrobras havia se comprometido a enviar documentos que comprovassem um desconto adicional do consórcio à companhia de R$ 186 mil.

Com a prestação das informações finais, o TCU considerou a questão resolvida e arquivou o processo. A construção da refinaria Premium I foi suspensa pela Petrobras.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBolíviaCapitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoIrregularidadesPetrobrasPetróleoTCU

Mais de Brasil

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho