CPTM: o documento previa a compra de nove trens, cada um por R$ 33,6 milhões, em um projeto parcialmente financiado pelo Banco Mundial (Edson Lopes Jr/ A2 FOTOGRAFIA/Reprodução)
Agência Brasil
Publicado em 17 de maio de 2017 às 18h08.
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) apontou falhas em um contrato para modernização da Linha 11 - Coral da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e fez questionamentos aos responsáveis pelo projeto.
O despacho do conselheiro Antonio Roque Citadini sobre o contrato firmado em 2010 foi publicado hoje (17) no Diário Oficial do estado.
O documento previa a compra de nove trens, cada um por R$ 33,6 milhões, em um projeto parcialmente financiado pelo Banco Mundial.
A Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos e a CPTM têm 30 dias para apresentar as justificativas e documentos para esclarecer os pontos levantados pelo tribunal.
Entre os pontos sobre os quais foram solicitadas explicações estão as sucessivas prorrogações da vigência do contrato.
"É estranha a contagem do prazo feita pela secretaria/CPTM", ressalta Citadini sobre as cinco mudanças na data de entrega do projeto, inicialmente prevista para abril de 2013 e atualmente esperada para outubro de 2018. "Por que tanta prorrogação?", questiona o conselheiro.
Além disso, Citadini aponta possíveis falhas de planejamento. "A instalação do ATC [sistema de controle automático dos trens], neste momento do contrato, também está causando atraso. Por que essa decisão não foi tomada desde o início?
O sistema ATC pela proposta, já existia? Se, não, por que não foi previsto?", questiona o conselheiro.
O tribunal também quer o detalhamento das despesas efetuadas. Citadini pede, por exemplo, a prestação de contas do convênio feito com o Banco Mundial, que emprestou US$ 112, 9 milhões ao governo de São Paulo para o projeto.
"As prestações de contas do Convênio citado ficaram a cargo da CPTM. Existem relatórios dessas prestações?", pergunta o conselheiro em seu despacho.
Citadini quer também que a CPTM precise quais foram os serviços prestados pela empresa contratada, a francesa Alstom, e das subcontratadas para fornecimento de peças e serviços.
A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com a CPTM e a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, mas ainda não obteve resposta.