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Taxistas pedem para ser recebidos pelo prefeito do Rio

Para o sindicato dos taxistas, o prefeito deve ouvir a categoria antes de fazer uma regulamentação dos serviços de transporte como o Uber

Protesto: o prefeito convocou uma entrevista coletiva para as 14h30 com o objetivo de falar sobre o movimento (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Protesto: o prefeito convocou uma entrevista coletiva para as 14h30 com o objetivo de falar sobre o movimento (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 27 de julho de 2017 às 14h26.

Desde as primeiras horas da manhã, taxistas se reuniram em diversos pontos do Rio de Janeiro e se dirigiram em carreata em direção ao prédio da prefeitura do Rio de Janeiro, na Cidade Nova, no centro da capital fluminense.

Durante toda a manhã, o trânsito no local ficou lento, com reflexos em várias partes da cidade. Centenas de táxis ficaram estacionados na Sapucaí, com autorização da prefeitura.

Por volta das 11h15, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para conter manifestantes que tentaram ocupar a pista da Avenida Presidente Vargas que estava liberada para o tráfego. Houve um princípio de tumulto.

A manifestação, no entanto, não se dispersou. Segundo o diretor do Sindicato dos Taxistas Autônomos do Município do Rio de Janeiro Hildo Braga, o objetivo é permanecer no local até que uma comissão de taxistas seja recebida pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella.

O prefeito convocou uma entrevista coletiva para as 14h30 com o objetivo de falar sobre o movimento dos taxistas.

De acordo com Hildo Braga, a categoria quer participar das discussões sobre a regulamentação do transporte de passageiros em carros particulares, como os serviços oferecidos por aplicativos como Uber, Cabify e 99 Pop.

"O prefeito, antes de fazer uma regulamentação, tem que ouvir o que a categoria, o sindicato, as entidades, as lideranças têm pra dizer. Nós estamos aí desde janeiro, entregamos vários ofícios tanto para a prefeitura quanto pra Secretaria de Transportes e não estamos sendo ouvidos. Ele simplesmente faz ouvido de mercador, não escuta o que realmente estamos sofrendo e estamos passando", afirmou o diretor.

Segundo Braga, a categoria tem enfrentado dificuldades financeiras por causa da concorrência dos aplicativos, que o sindicato considera desleal pelo fato de os serviços não serem regulamentados e os motoristas não terem as mesmas obrigações que os taxistas.

"Não somos contra essas pessoas, esses pais de família, somos contra você pegar seu carro particular e, de uma hora pra outra, invadir a profissão do outro que tem as suas despesas, a sua profissão regulamentada, a sua autorização, o seu alvará."

Ontem (27), o prefeito Marcelo Crivella disse que recebeu representantes da categoria para conversar sobre a regulamentação dos aplicativos. Porém, o presidente da Associação de Assistência aos Motoristas de Táxi do Brasil (Aamotab), André Oliveira, diz que as entidades representativas da categoria não estavam presentes.

"Ele recebeu uma representação política, ligada ao presidente da Câmara dos Vereadores, mas não recebeu a principal representatividade, que é o Sindicato dos Autônomos, nem a Aamotab, que sou eu. Ficou incompleto, ele atendeu apenas uma minoria que atua junto com o presidente da Câmara".

Sobre o aplicativo que a prefeitura pretende colocar em funcionamento em agosto, Braga também considera que é preciso discutir com a categoria.

"Nós não somos contra o aplicativo, nós somos contra a forma com que ele está querendo colocar o aplicativo. Eu acho que ele tem que sentar com todo mundo, ele tem que sentar com as entidades, tem que discutir o aplicativo", disse.

O sindicato também se posicionou de forma contrária ao uso de taxímetro virtual e ao pagamento de comissão sobre as corridas para substituir as diárias pagas por motoristas auxiliares.

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