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Taxistas de SP pedem reajuste de até 12%

A Prefeitura informou que não há previsão para reajuste da tarifa em 2016


	Com o aumento, a bandeira chegaria à quase R$: a Prefeitura informou que não há previsão para reajuste da tarifa em 2016
 (Fernando Moraes/Veja São Paulo)

Com o aumento, a bandeira chegaria à quase R$: a Prefeitura informou que não há previsão para reajuste da tarifa em 2016 (Fernando Moraes/Veja São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2016 às 13h59.

São Paulo - Os taxistas de São Paulo querem um reajuste entre 10% e 12% no valor da bandeirada. A demanda vai ser cobrada nesta quinta-feira, 7, pelo Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo (Sinditaxi) do prefeito Fernando Haddad (PT), com quem se reúnem às 16 horas.

O pedido será feito durante encontro com representantes da categoria marcado originalmente para debater o decreto de Haddad que propõe a regulação de empresas de aplicativo, como o Uber.

A Prefeitura informou que não há previsão para reajuste da tarifa em 2016.

Com o aumento de pelo menos 10% na tarifa quilométrica, a bandeirada chegaria a quase R$ 5. O último reajuste ocorreu em 6 de janeiro do ano passado. Na ocasião, o valor aumentou 9,8%, passando de R$ 4,10 para R$ 4,50. Já a tarifa quilométrica continuou sendo de R$ 2,75, assim como a tarifa horária, que permaneceu em R$ 33.

O presidente do Sinditaxi, Natalício Bezerra, disse que há dez dias protocolou na Prefeitura um pedido de reajuste. Segundo ele, o aumento é necessário para suprir gastos com o preço da gasolina, que subiu.

"A Prefeitura já tem ciência do assunto e até o final da semana vai dar uma resposta. Tenho certeza de que Haddad vai analisar com todo carinho. Estou confiante de que vai dar um aumento para a categoria", afirmou.

De acordo com Bezerra, São Paulo tem hoje 30 mil taxistas autônomos. Desses, 23 mil são associados ao Sinditaxi.

Uber

Nesta quinta, o prefeito vai sentar com seis representantes de taxistas às 16 horas para discutir o decreto que afeta o setor. O texto prevê que aplicativos como o Uber e empresas de transporte de passageiros deverão adquirir créditos por quilometragem para operar na cidade. Esta é a segunda tentativa de Haddad para regulamentar o serviço na capital. O decreto está em período de consulta pública até o fim de janeiro.

"Tem uma lei aprovada pela câmara e ele (Haddad) não vai passar por cima dos 43 vereadores que votaram a favor da proibição do Uber. E depois o prefeito sancionou. Para ele mudar agora por decreto, isso precisa voltar para a Câmara", disse Natalício Bezerra. Segundo ele, os vereadores vão se empenhar para derrubar o decreto porque "não vão querer se sentir desmoralizados".

A reportagem apurou que a preocupação da administração municipal é que, sem regulação, o serviço do Uber pode causar, em um cenário extremo, a gradativa extinção dos taxistas. Interlocutores da Prefeitura afirmam que os taxistas estão dando um "tiro no pé" ao rejeitar a regulação do Uber, visto que o aplicativo já teria atingido proporções difíceis de mensurar e fiscalizar.

Em outras ocasiões, Haddad declarou publicamente que a tecnologia introduzida pelo aplicativo precisa ser aproveitada para aperfeiçoar o serviço de transporte individual.

O presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi (Simtetaxis), Antonio Raimundo Matias, o Ceará, afirmou que a principal preocupação é impedir que o decreto avance.

"O prefeito quer fazer essa consulta pública sem nem fazer comercial nos veículos de comunicação. Somos a favor da consulta, mas tem de avisar em todos os veículos de comunicação para a sociedade estar consciente", disse. Ceará afirma representar 5 mil taxistas.

TCM

Na terça-feira, 5, o vereador Adilson Amadeu (PTB) protocolou no Tribunal de Contas do Município (TCM) um pedido de suspensão imediata da consulta pública.

O pedido deve ser analisado pelo conselheiro João Antônio, responsável pela avaliação de projetos da Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb).

No texto, Amadeu diz que "a Prefeitura, ao emitir esta consulta, reconhece que ajoelhou-se a uma empresa sem escrúpulos". Procurados, a Prefeitura e o Uber não quiseram comentar. (Colaborou Mônica Reolom)

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