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Taxas futuras caem puxadas por indústria e dólar

O movimento de baixa dos DIs teve início pela manhã, após a divulgação dos números da produção industrial


	Bovespa: no fim do pregão regular na BM&FBovespa, contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em abril de 2014 projetava 10,585% às 12h08
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Bovespa: no fim do pregão regular na BM&FBovespa, contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em abril de 2014 projetava 10,585% às 12h08 (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 16h20.

São Paulo - Os contratos futuros dos juros terminaram em queda nesta terça-feira, 4, conduzidos pela desvalorização do dólar ante o real e, principalmente, pelo fraco resultado da produção industrial em dezembro. O dólar encerrou o dia cotado na casa de R$ 2,41 devido à uma realização de lucros, mas chegou a operar no nível de R$ 2,40.

No fim do pregão regular na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em abril de 2014 (136.310 contratos) projetava 10,585% às 12h08, ante 10,599% no ajuste de ontem.

O DI para janeiro de 2015 (413.095 contratos) indicava 11,57%, ante 11,73%. No trecho mais longo da curva a termo, o contrato com vencimento em janeiro de 2017 (148.160 contratos) apontava 12,91%, ante 13,07% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2021 (21.400 contratos) tinha taxa de 13,30%, ante 13,42%.

O movimento de baixa dos DIs teve início pela manhã, após a divulgação dos números da produção industrial. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial caiu 3,50% em dezembro de 2013 ante novembro do mesmo ano, na série com ajuste sazonal. A queda foi pior do que o piso do intervalo das expectativas dos analistas. Em relação a dezembro de 2012, a produção recuou 2,3%.

O enfraquecimento da atividade industrial fez com que os analistas reavaliassem as projeções para alta da taxa de juros pelo Banco Central. A curva a termo precifica agora mais duas elevações de 0,50 ponto porcentual da Selic, em fevereiro e abril, e mais uma de pelo menos 0,25 ponto, em maio. Ontem, as taxas terminaram indicando alta de 0,50 ponto em fevereiro, com chances minoritárias de 0,75 pp, além de mais duas altas consecutivas de 0,50 ponto, em abril e maio.

Um leilão extraordinário de papéis prefixados (LTN) do Tesouro Nacional também ajudou a aliviar a pressão sobre os contratos. O órgão recomprou 10 mil LTN com vencimento em 1/1/2015, 220 mil LTN para 1/7/2015, 10 mil LTN para 1/1/2016 e 300 mil LTN para 1/1/2017, em uma operação que totalizou R$ 414,1 milhões. Foram rejeitadas todas as ofertas para as LTN com vencimento em 1/7/2016.

Segundo um operador, o fato de o Tesouro ter comprado apenas pouco mais de 10% do volume ofertado não é tão importante. O essencial é a sinalização que o órgão passa ao mostrar que está disposto a recomprar títulos sempre que for preciso. Outra fonte lembra que o Tesouro não pode recomprar a qualquer preço, já que a intenção é justamente dizer ao mercado que os preços estão muito altos.

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