(Rodrigo Paiva/Getty Images)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 23 de fevereiro de 2021 às 13h10.
A campanha de vacinação contra a covid-19 anda em ritmos diferentes em muitas cidades e estados brasileiros. Dificuldades da distribuição, adesão do público-alvo e ampliar os postos de imunização são os principais desafios. Mas em São Caetano do Sul, que fica na Grande São Paulo e tem pouco mais de 160 mil habitantes, a taxa de vacinação proporcional à população está em 8,1%, a mais elevada do estado, na comparação de cidades com mais de 100 mil pessoas, quase quatro vezes maior que a taxa nacional, e é superior a valores de países como Alemanha e Canadá.
De acordo com dados compilados da Universidade de Oxford, a Dinamarca imunizou 5,5%, a Alemanha vacinou 4,1% da sua população, a França 2,8%, Canadá 2,6%, e o Brasil 2,8%. O estado de São Paulo tem uma taxa de 2,8%. O total de pessoas vacinadas em São Caetano do Sul é de 18.822, sendo 14.650 que receberam pelo menos a primeira dose, e 4.217 que já tiveram a segunda dose aplicada, segundo dados do governo paulista.
A explicação de uma taxa muito superior à média, segundo a secretária municipal da Saúde, Regina Maura Zetone, se dá por dois fatores principais: o alto número de idosos na cidade - cerca de 24% da população tem mais de 60 anos - e a adesão em massa das pessoas à imunização. Em alguns grupos, como acima de 85 anos, a taxa de vacinação beira os 100%.
“Toda a vacinação é feita por agendamento online, mesmo para profissionais de saúde que trabalham na linha de frente no combate à covid-19. A gente não entregou as doses para os hospitais, nós levamos até eles para distribuir de maneira igualitária e ter um controle maior”, explica a secretária Regina Zetone.
Ela ainda diz que foi montado um sistema misto, com vacinação em Unidades Básicas de Saúde e outro em sistema de drive thru. Em UBS a capacidade é de 15 aplicações por hora, enquanto no sistema em que a pessoa nem precisa descer do carro chega a até 40 por hora, o que dá mais agilidade ao processo.
Atualmente a cidade reforça importância da imunização para combater a covid-19, que já infectou um total 7.690 pessoas e causou a morte de 391. A taxa de ocupação nos leitos de UTI na cidade está em 65%, em média, e em 75% nos leitos de enfermaria.
De acordo com a secretária de Saúde do município, estes patamares de internação são os mais altos já registrados na pandemia. “Não tivemos uma ocupação na época do primeiro pico. Estão chegando muitos casos, principalmente de pessoas jovens que estão ficando internadas. Parece que está andando mais rápido”, avalia.