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Taxa de isolamento no Rio chega a 85% no final de semana

Com chuva, bairros como Ipanema e Leblon chegaram a registrar taxa de isolamento de 93%

Rio de Janeiro: os dados são da empresa de inteligência artificial Cyberlabs (Buda Mendes/Getty Images)

Rio de Janeiro: os dados são da empresa de inteligência artificial Cyberlabs (Buda Mendes/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 4 de maio de 2020 às 12h08.

Última atualização em 4 de maio de 2020 às 14h37.

O céu nublado com pancadas de chuva ajudou o carioca a elevar a taxa de isolamento de 79% no sábado para 85% no domingo. Isso quer dizer a quantidade de pessoas a menos na rua em relação a um domingo de fluxo normal, sem o coronavírus. O índice também é maior em relação ao domingo passado, dia 26, cujo registro foi de 81%. Os dados são da empresa de inteligência artificial Cyberlabs, que vem trabalhando em parceria com o Centro de Operações da Prefeitura do Rio (COR). Eles usam 800 câmeras de videomonitoramento de entidades privadas e públicas, incluindo 400 câmeras do COR.

De acordo com Felipe Vignoli, sócio-fundador da Cyberlabs, todos os bairros monitorados apresentaram índice de isolamento social acima de 80% neste domingo. Esses dados foram divulgados em um boletim parcial de 10h50 e a empresa ressaltou que ao longo do dia poderia haver mudanças. E foi o que, aparentemente, aconteceu.

Em bairros como Ipanema e Leblon, onde pela manhã a taxa foi de 93% e estava chovendo, por volta de 13h, com o sol e céu limpo, a reportagem viu alguns ciclistas e pedestres, especialmente na orla - ainda assim, uma quantidade muito inferior aos dias ensolarados. A maioria estava usando máscaras e caminhando em, no máximo, duas pessoas.

No Arporador, entretanto, um grupo de 11 homens, todos sem a proteção para o rosto, malhavam na Praia do diabo, em uma academia ao ar livre. Na pedra, cerca de 30 pessoas estavam sentadas, além de um ou outro andando pela orla, mas nada comparado aos domingos anteriores, quando fez muito calor.

A Urca que há duas semanas foi alvo de críticas devido à alta movimentação na mureta, hoje, estava praticamente vazia. Dois pescadores aqui, um casal ali e alguém correndo. Até o início da tarde, era apenas isso. O mesmo aconteceu no Flamengo. Na semana passada, o Aterro estava muito lotado de ciclistas, famílias, corredores e até mesmo grupos jogando vôleo sem máscara e sem a distância miníma de um metro um do outro. Hoje, além das poucas barraquinhas de ambulantes, dava para contar em uma mão quantos moradores se exercitavam pela manhã.

Já em Copacabana o cenário começou a mudar. Com o céu cinza, estava mais cheio em relação aos outros bairros na orla e nas ruas. Na esquina da Avenida Prado Júnior com a Nossa Senhora de Copacabana, um grupos de cinco homens e uma mulher, todos aparentemente acima dos 50 anos, montaram um bar improvisado com uma cadeira no meio deles para pôr a cerveja.

Na rua Silveira Martins, no Catete, também é comum todos os dias um bar da região ter uma clientela fiel, em pé, e com a cerveja na mão. No esquema de pegar e levar, os frequentadores, não raramente idosos, ficam com uma sacolinha na mão e passam parte do dia ali, mesmo com a ordem de isolamento.

Já na Zona Norte a situação é um pouco diferente. As ruas estavam mais vazia do que na Zona Sul, porém, há alguns bares abertos como nos dias sem pandemia. Mesas na calçada, clientes dentro e tudo funcionando normalmente. Bairros como Méier, Tijuca, Cascadura, Piedade e Madureira tinham algum movimento apenas das saídas de mercados.

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