O ministro Marcelo Castro lança campanha de prevenção e apresenta números da aids no Brasil (Elza Fiúza/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2015 às 16h54.
Brasília - A taxa de detecção de aids no Brasil caiu 5,5% de 2013 para 2014, passando de 20,8 casos por 100 mil habitantes para 19,7.
No ano passado, foram diagnosticados 39.951 casos e, em 2013, 41.199, informa o Boletim Epidemiológico HIV/Aids de 2015, divulgado hoje (1°) pelo Ministério da Saúde.
De acordo com estimativa do ministério, atualmente, 781 mil pessoas vivem com HIV/Aids no Brasil. A queda de 5,5% é a maior redução anual de detecção de novos casos, diz o ministério.
“Vale lembrar que também foi o ano em que mais fizemos testes no Brasil. Outra tendência importante é a queda da morte por aids”, disse o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita.
Ele acrescentou que, desde 2003, houve queda de 10,9% na mortalidade de pacientes com aids no país.
No entanto, o número de casos de aids notificados entre jovens de 15 a 24 anos vem aumentando nos últimos anos.
Em 2004 foram notificados 3.419 casos de aids nessa faixa etária, o que representa uma taxa de detecção de 9,5 por 100 mil habitantes. Em 2014, foram 4.669 notificações e uma taxa de detecção de 13,4 por 100 mil habitantes.
Para o ministro da Saúde, Marcelo Castro, o crescimento da aids entre os jovens é motivo de preocupação.
“Preocupa-nos sobremaneira a situação dos jovens e nos parece que houve um certo relaxamento. E não podemos. A aids é uma enfermidade grave e devastadora e deve ser encarada com a seriedade devida”, disse Castro.
Os jovens são o foco de uma campanha publicitária lançada hoje, Dia Mundial da Luta contra a Aids, pelo Ministério da Saúde.
Quanto à faixa etária, a maior concentração dos casos da doença está entre as pessoas de 25 a 39 anos. Entre o número total de casos registrados, no país de 1980 a junho de 2015, os homens foram maioria entre os infectados.
Eles responderam por 65% dos casos e as mulheres, por 35%. A taxa de detecção de aids em homens tem apresentado tendência de crescimento nos últimos 10 anos, enquanto o inverso ocorre entre as mulheres.
Assim como entre os jovens, a taxa de detecção vem apresentando tendência de aumentado entre as gestantes. Entre os anos de 2005 e 2014, houve aumento de 30%.
Os dados do relatório mostram que a concentração de casos de aids identificados de 1980 a junho de 2015 é maior nas regiões Sul e Sudeste com, respectivamente, 53,8% e 20% do total de casos.
Em seguida, vêm o Nordeste, com 14,6% do total de casos, o Centro-Oeste, com 5,9%, e o Norte, com 5,7%.
De acordo com o Ministério da Saúde, observa-se tendência de queda da taxa no Sudeste nos últimos 10 anos e de estabilização na Região Sul. O Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste apresentam tendência significativa de crescimento.
O ministro Marcelo Castro informou que a meta brasileira é diagnosticar, até 2020, 90% das pessoas portadoras de HIV, submeter ao tratamento 90% das diagnosticadas e ter 90% destas pessoas com carga viral indetectável.
“Das pessoas que estão submetidas ao tratamento, hoje, 88% já tem carga viral abaixo de níveis detectáveis”, disse Castro.
Na data em que, mundialmente, discutem-se a prevenção e o combate ao HIV/aids, o ministério lançou campanha publicitária que tem como slogan “Com o tratamento, você é mais forte que a aids” que busca incentivar o tratamento precoce da doença.