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Tatuzões da linha 6 - Laranja do Metrô começam a operar em 2021

Supermáquinas de 10 metros de diâmetro começam a ser montadas até março; linha deve entrar em operação em 5 anos - mas obra ainda depende de financiamentos

Maquete do Tatuzão da Linha 6 - Laranja do Metrô de São Paulo (Guilherme Bessa/Divulgação)

Maquete do Tatuzão da Linha 6 - Laranja do Metrô de São Paulo (Guilherme Bessa/Divulgação)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 1 de dezembro de 2020 às 12h56.

Última atualização em 2 de dezembro de 2020 às 15h01.

Os dois tatuzões que escavarão os túneis da linha 6 - laranja do Metrô de São Paulo devem entrar em operação ainda em 2021. De acordo com o cronograma da Acciona, construtora espanhola que assumiu a PPP (parceria público-privada) da linha em outubro, as supermáquinas de 120 metros de comprimento começam a ser montadas já no 1º trimestre - e partirão do poço de ventilação Tietê (ao lado da Marginal), cada um em uma direção, no 4º trimestre.

Anunciadas pela primeira vez em 2010, as obras da linha 6 - laranja só começaram de fato em 2015 e pouco avançaram desde então. Formado pelas construtoras Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, todas investigadas na Lava Jato, o consórcio Move São Paulo teve dificuldades para obter financiamentos e paralisou as atividades em 2016. Foi então que, no último outubro, a Acciona assumiu as obras, agora previstas para serem concluídas em 5 cinco anos, em 2025. A parceria com o governo paulista prevê que a empresa ainda opere o sistema por mais 19 anos.

Apesar do histórico negativo de atrasos, os novos responsáveis pelo consórcio se dizem confiantes no cumprimento do prazo acordado em outubro - o que seria algo inédito na história do Metrô de São Paulo, marcado pelos sucessivos atrasos em suas obras. O pleno andamento das obras ainda depende, porém, da captação de financiamentos - o custo total do projeto deve chegar à casa dos R$13 bilhões de reais. Executivos da empresa apostam que o modelo de PPP Plena (que engloba não apenas a construção, mas a operação e manutenção do projeto) viabiliza a negociação de empréstimos Project Finance, cujas garantias são as próprias receitas da futura operação da linha.

"Iniciamos a obra com um montante, e agora temos de seis meses a um ano para concluir as negociações desses empréstimos de longo prazo", explicou Jaime J Juraszek Jr., diretor de desenvolvimento de negócios da Acciona, durante uma visita da Secretária de Comércio da Espanha, Xiána Mendez, às obras do poço Tietê - acompanhada também pela Exame. "O BNDES ainda não entrou, mas estamos em negociações tanto com eles, quanto com bancos privados. Há bastante espaço para financiamento."

Secretária de Comércio da Espanha, Xiana Mendes visita obras da Linha 6 - Laranja do Metrô de São Paulo com os executivos da Acciona, consórcio espanhol que assumiu o projeto (Guilherme Bessa/Divulgação)

Megatatuzão

Importados da China, os tatuzões tem 120 metros de comprimento e mais de dez metros de diâmetro; enquanto um é preparado para escavar rocha, o outro trabalha em solos mais arenosos.  Além de escavarem e enviarem os sedimentos para o lado de fora, os "shields" (como são chamados em inglês) também instalam os anéis de concreto que revestem os túneis. Partes dessas supermáquinas já estão no pátio do poço Tietê, só aguardando o momento de serem montadas em entrar em ação.

No metrô de Quito, no Equador, os tatuzões operados pela Acciona chegaram a perfurar quase 1,5km em 30 dias - ritmo bem superior à média inferior a 300 metros/mês de outras obras do Metrô paulista, considerado um recorde mundial. É por essa expertise que a empresa pretende concluir a obra no prazo previsto.

VSE (poço) Tietê, de onde partem os tatuzões da linha 6 - laranja do Metrô de São Paulo (Guilherme Bessa/Divulgação)

Linha das universidades

Quando concluída, a linha 6 - laranja terá 15,3km de trilhos servindo 15 estações entre a Brasilândia, na zona norte, e estação São Joaquim, da linha 1-azul, na Liberdade. Por passar muito próximo de muitas universidades, como UNIP, FMU, FGV, PUC, Mackenzie e Faap, o trajeto ganhou o apelido de "linha das universidades". A demanda estimada é de 600 mil passageiros/dia terão conexão direta também com as linhas 7 e 8 da CPTM (na estação Água Branca) e 4-amarela do Metrô (em Higienópolis-Mackenzie).

Além do trajeto "original" da linha 6-laranja, existem estudos do Metrô para expandir a linha para o noroeste até Bandeirantes, incluindo uma segunda conexão com a linha 7-Rubi em Vila Clarice; na outra ponta, a expansão seguiria para a zona leste até Cidade Líder, conectando com a linha 10-Esmeralda na região da Mooca e com a linha 2-verde no Anália Franco - estação que faz parte dos projetos de prolongamento da linha verde até a região da Dutra.

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