Tasso Jereissati. (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 27 de setembro de 2021 às 18h30.
Última atualização em 27 de setembro de 2021 às 19h03.
O senador pelo Ceará, Tasso Jereissati, desistiu de concorrer às prévias do PSDB, marcadas para novembro, e que vão definir o candidato do partido à Presidência da República em 2022. A informação foi revelada pelo senador Cássio Cunha Lima (PB) ao jornal O Estado de S. Paulo. O oficialização deve ser feita nesta terça-feira, 28.
De acordo com a reportagem, Jereissati vai apoiar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que faz oposição ao governador de São Paulo, João Doria. Ainda está na disputa o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio.
Um relatório da Eurasia, uma das maiores consultorias de risco político do mundo, diz que Leite é o favorito para vencer as prévias. No documento, que começou a circular nesta quinta-feira, 23, e o qual EXAME teve acesso, diz que Doria deve vencer em seu território, onde o partido tem mais filiados. Por outro lado, Leite consegue angariar mais correligionários de outros estados.
Já nos cálculos do cientista político Alberto Carlos Almeida, o governador paulista deve ser a escolha do PSDB. Segundo ele, há a "ilusão'' de que declarações públicas de apoio a Eduardo Leite realizadas por tucanos conhecidos o tornam favorito para vencer as prévias do PSDB.
Isso porque nas prévias do partido, o peso de cada eleitorado varia. Os votos dos filiados contam como 25% do total final, os deputados federais, senadores, vice-governadores e vice-governadores e ex-presidentes do partido somados também valem 25%, assim como o dos deputados estaduais. Já prefeitos e vereadores têm peso de 12,5%, cada, na escolha interna do PSDB.
"Acredita-se que o voto dos filiados de São Paulo venha a totalizar 55% do total nas prévias e, neste caso, a vitória de Doria tenderá a ser expressiva. Uma estimativa conservadora indica que a vantagem nacional de Doria contra Eduardo Leite neste grupo venha a ser de 70% a 30%. Parte destes 30% serão votos dados a Leite em função da resistência de outros estados à força de São Paulo no partido. Vale ainda mencionar que um grande obstáculo ao nome do governador do Rio Grande do Sul é o seu desconhecimento junto aos filiados do partido", diz o cientista político.
Tanto Doria quanto Leite estão percorrendo o Brasil para pedir votos. Durante debate no MacroDay 2021, evento do banco BTG Pactual (do mesmo grupo que controla EXAME), realizado na semana passada, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, disse que a disputa está equilibrada e que não há favorito.