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Tasso Jereissati amplia apoio no PSDB

Faltando um mês para a convenção nacional do PSDB, o senador recebeu o apoio de economistas ligados à legenda e do líder do diretório paulista da sigla

Tasso (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Tasso (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de novembro de 2017 às 09h23.

São Paulo - Faltando pouco mais de um mês para a convenção nacional do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE), presidente interino do partido, recebeu ontem o apoio de economistas ligados à legenda e do líder do diretório paulista da sigla, Pedro Tobias, para disputar a presidência tucana. A convenção que definirá a nova cúpula partidária será realizada no dia 9 de dezembro.

Os anúncios fortalecem Tasso no momento em que ele e o governador de Goiás, Marconi Perillo, acirram a disputa pelo comando da legenda. Em um "manifesto público", os economistas Luiz Roberto Cunha, Persio Arida, Edmar Bacha, Elena Landau e o cientista político Bolívar Lamounier defenderam a posição do senador cearense de entregar os cargos de tucanos no governo federal.

"Mais do que nomes ou correntes partidárias, o que está em jogo é a postura que se requer do partido diante do governo Temer. O PSDB não deve participar de um governo que não parece ter se comportado de acordo com os preceitos éticos na condução dos assuntos de interesse público. Ninguém melhor do que Tasso Jereissati para liderar esse processo de renovação das ideias de que o País tanto precisa", diz o texto.

Tasso também tem o apoio majoritário do diretório paulista do partido, que levará para a convenção nacional o maior número de delegados. "São Paulo tem mais simpatia pela candidatura do Tasso. Nessa crise do PSDB ele é o nome certo, já que está desde o começo atuando para o partido sair do governo", disse o deputado estadual Pedro Tobias. No próximo domingo, Tobias deve ser reeleito presidente do PSDB paulista.

Encontro

Tasso e Perillo devem se encontrar hoje em Brasília e dar a largada oficial na disputa pela presidência da sigla. Os dois tucanos tinham marcado uma reunirão na sede do partido com os 24 deputados da bancada que votaram pela admissibilidade da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer. O encontro, porém, foi adiado e deve ocorrer na semana que vem.

A iniciativa da reunião foi de Perillo. Apesar de ter o apoio da ala "governista" do PSDB, os chamados "cabeças brancas", ele tenta se aproximar dos "cabeças pretas" e, por isso, passou a defender a entrega pelo partido dos cargos no governo em dezembro. Essa tese ganhou força internamente após o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avaliar que o PSDB se tornará "coadjuvante" se não desembarcar na convenção, conforme publicado em artigo anteontem no jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo aliados, Tasso deve aproveitar a conversa com Perillo para formalizar a intenção de concorrer à presidência do partido. "Pode ser que desse encontro saia um acordo entre eles. Esse é o nosso empenho", disse o deputado Ricardo Tripoli (SP), líder do PSDB na Câmara.

Segundo a assessoria de imprensa de Perillo, ele tem, pela manhã, reunião na residência oficial do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB). Depois, reservou o período da tarde para conversar com parlamentares.

Na semana passada, Perillo esteve reunido com Tasso e o senador José Serra (SP) para formalizar a sua candidatura. Na ocasião, sinalizou apoio ao movimento pró-desembarque. Como informou a Coluna do Estadão, o grupo pró-Tasso vai tentar convencer Perillo a desistir da candidatura com o argumento de que ele já tem 24 dos 46 votos da bancada do partido na Câmara.

Já o "time" de Perillo fará o mesmo movimento, mas com a justificativa de que Tasso tem de concorrer ao governo do Ceará para garantir palanque à candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao Palácio do Planalto. Se Tasso perder e Alckmin ganhar, ele viraria ministro.

Divisão

Já na primeira convenção para eleger as Executivas estaduais do partido, no domingo passado, em Pernambuco, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, foi reeleito presidente. Com isso, Tasso perdeu um apoio importante. As Executivas estaduais vão eleger a nova Executiva Nacional tucana.

Após a eleição de Araújo, no entanto, o líder dos "cabeças pretas" na Câmara, deputado Daniel Coelho (PE), acusou o ministro de perseguição por suas posições contra Temer. Araújo se defendeu dizendo que o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), que é do mesmo grupo de Coelho, contrário ao governo Temer, foi eleito secretário-geral do PSDB de Pernambuco. (Colaboraram Renan Truffi e Julia Lindner)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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