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'Tarifaço é deletério e é preciso haver negociação', diz Tarcísio

Governador defendeu o diálogo com os EUA, criticou a política econômica do ministro Fernando Haddad e admitiu que a medida de Trump é prejudicial ao estado de São Paulo e ao país

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, durante entrega do primeiro trem da Linha 6-Laranja do metrô  (Pablo Jacob/Governo do Estado de SP)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, durante entrega do primeiro trem da Linha 6-Laranja do metrô (Pablo Jacob/Governo do Estado de SP)

Agência o Globo
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Publicado em 10 de julho de 2025 às 12h52.

Última atualização em 10 de julho de 2025 às 13h08.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quinta-feira, 10, que o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é prejudicial ao Brasil e defendeu um diálogo.

"O tarifaço é deletério, principalmente para aqueles estados que têm produção industrial de maior valor agregado. A gente precisa sentar à mesa, deixar de lado as questões ideológicas, deixar de lado as questões políticas, deixar de lado o revanchismo, as narrativas e trabalhar. Os EUA são o maior investidor estrangeiro direto no Brasil. A gente tem muito a perder e isso não é bom para ninguém, nem para o Brasil nem para os EUA. É bom lembrar que vários produtos brasileiros são importantes para empresas americanas e eles não têm substitutos compatíveis à altura".

Durante a entrega do primeiro trem da Linha 6-Laranja do metrô na manhã de quinta-feira em São Paulo, Tarcísio defendeu que é preciso colocar a questão política de lado para resolver a equação e citou o México como exemplo de negociação bem-sucedida.

"Vamos pensar que, recentemente, o México foi sobretaxado em meio a uma questão política envolvida na aplicação da supertarifa, da supertaxação e, mesmo sendo o governo de um outro alinhamento, sentaram à mesa, discutiram e chegaram a uma boa equação".

O governador, no entanto, não perdeu a chance de criticar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando que a economia do país não vai bem.

"Se ele cuidasse da economia, ele estaria indo bem. O Brasil não está indo bem. Cabe a ele falar menos e trabalhar mais".

Sobre os impactos do tarifaço de Trump para São Paulo, Tarcísio considera que são negativos para o estado.

"O impacto é negativo porque São Paulo é um grande exportador, e o maior destino de exportações industriais do estado de São Paulo são os Estados Unidos. Pega o exemplo de empresas importantes como a Embraer, que fechou grandes contratos agora recentemente. A gente está fazendo a nossa parte, nós já estamos conversando com a embaixada americana, mas o esforço diplomático agora cabe ao governo federal. Cabe a ele sentar à mesa, negociar e resolver, apontar um caminho, como a diplomacia brasileira sempre fez ao longo da sua história".

Tarcísio lamentou o afastamento do atual governo da Casa Branca e ressalta que é preciso resolver a questão do tarifaço até agosto, quando a medida entra efetivamente em vigor, segundo divulgado por Trump.

"É lamentável esse afastamento da Casa Branca, porque nós temos interesses que são muito fortes. Agora, há um problema para ser resolvido e a gente tem prazo, nós temos até agosto para resolver".

Tema inicial da carta de Donald Trump ao presidente Lula, o julgamento do ex-presidente Bolsonaro também foi abordado pelo governador paulista, que defendeu um indulto em caso de condenação.

"Primeira coisa, eu entendo que o presidente é inocente e vai ser inocentado. E aí não vai ser necessário indulto. E, se for necessário, eu tenho certeza de que qualquer candidato desse bloco de centro-direita vai dar o indulto. Esse indulto vai ser negociado porque deve ser visto como um fator de pacificação".

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