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Tarifa social de água e esgoto deve ser votada no Senado nesta quarta; entenda como vai funcionar

O texto que propõe que famílias de baixa renda paguem uma tarifa menor pelo uso da água foi aprovado pelo CAE em abril

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercado Imobiliário

Publicado em 8 de maio de 2024 às 06h06.

O projeto de lei que cria a Tarifa Social de água e esgoto estará na pauta da sessão desta quarta-feira, 8, no Senado e deve ser votado pelos parlamentares.

De acordo com a proposta de número 795, de 2024, famílias de baixa renda vão pagar uma tarifa menor pelo uso da água, que será a metade do valor cobrado pela menor faixa de consumo.

No mês passado, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou o projeto, que seguiu para o plenário em regime de urgência. O texto aprovado na ocasião é um substitutivo do projeto de número 505, de 2013, apresentado originalmente pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM).

A tarifa social será metade do valor cobrado pela menor faixa de consumo, sendo aplicada aos primeiros dez metros cúbicos consumidos  – o que ultrapassar esse limite será cobrado dentro da tarifa normal.

A tarifa social continuará existindo nos lugares onde ela já é práticada. A princípio, ela seria aplicada aos primeiros quinze metros cúbicos, e o valor poderia estar atrelado a um percentual do valor pago pelo Bolsa Família.

Segundo o senador Flávio Arns (PSB-PR), que apresentou relatório na CAE, a mudança foi feita porque não existe relação entre o programa assistencial e a tarifa social, além de a faixa de dez metros cúbicos ser adotada “pela ampla maioria das entidades reguladoras infranacionais no país”.

Qual a renda máxima para uso da tarifa social?

Caberá à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) estabelecer diretrizes nacionais para definir o limite máximo de renda abaixo do qual as famílias devem ter direito à tarifa social.

No texto original, era determinada como limite a renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa. Mas, para Arns, isso seria inviável tecnicamente, já que uma única faixa de rendimentos de para todo o território nacional não abarcaria as "imensas diversidades e desigualdades do país”.

As famílias que têm direito à tarifa social serão incluídas automaticamente pelas companhias de abastecimento. Aquelas que mesmo tendo o direito não foram contempladas podem solicitar a inclusão. Além disso, a todas as famílias beneficiadas é assegurado a gratuidade da ligação de água ou de esgoto no imóvel.

Caso uma família deixe de preencher os requisitos, ela pode permanecer no sistema por mais três meses e o consumidor deve ser avisado sobre a perda iminente do benefício nas faturas correspondentes.

De acordo com o texto em discussão no Senado, quem fizer ligação clandestina de água ou esgoto; danificar de propósito os equipamentos destinados ao serviço ou então compartilhar com a água com uma família que não tiver direito ao benefício perde o acesso à tarifa social.

Quem paga pela tarifa social?

A tarifa social será financiada pelos demais usuários dos serviços de água e esgoto.

O texto cria ainda a Conta de Universalização do Acesso à Água, gerida pelo governo federal e custeada com dotações orçamentárias. Os recursos dela devem ser usados para promover a universalização do acesso à água, incentivar investimentos em áreas de vulnerabilidade social, evitar a suspensão de serviços para famílias de baixa renda por falta de pagamento e, caso precise, subsidiar a tarifa social.

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