Valdemar Costa Neto: 'o Tarcísio só vem para o PL, se Bolsonaro o apoiar para a Presidência'
Agência de notícias
Publicado em 3 de setembro de 2025 às 16h14.
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta quarta-feira que uma eventual ida do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para o partido está condicionada ao possível apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a Presidência no ano que vem.
Em entrevista à Globonews, Valdemar afirmou que a escolha do nome do PL para a presidência em 2026 dependerá exclusivamente da escolha do ex-mandatário. Ele disse não descartar o nome do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a corrida ao Planalto, mas disse que hoje Tarcísio trabalha ativamente pela anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
"O Tarcísio só vem para o PL, se Bolsonaro o apoiar para a Presidência. E apoiaremos quem ele (Bolsonaro) apoiar. Tarcísio tem trabalhado, tem ajudado dentro do Republicanos, para a anistia. Isso não é uma condicionante para apoio a ele como candidato. Posso falar que apoiarei quem Bolsonaro apoiar para a Presidência, mesmo que seja o Eduardo Bolsonaro" disse Valdemar.
De acordo com o dirigente do PL, um eventual projeto de anistia poderá contemplar Bolsonaro, em caso de confirmação de condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) por participação na trama golpista.
"Estamos discutindo ainda (o texto na anistia). Bolsonaro era para estar sendo julgado em primeira instância. Vamos tentar (incluí-lo) depois. Não podemos fazer uma anistia para ele, se Bolsonaro ainda não foi condenado. Temos o entendimento que todos devem ter um segundo julgamento. Anistia é para isto."
Valdemar também negou que o deputado Eduardo Bolsonaro tenha participado das negociações pelo tarifaço imposto pelo governo dos Estado Unidos aos produtos brasileiros. Em julho, entretanto, o parlamentar afirmou, em uma carta assinada junto ao economista Paulo Figueiredo e lida em vídeo postado nas redes sociais, que a decisão teria derivado da articulação feita por ambos nos EUA.
"Nos últimos meses, temos mantido intenso diálogo com autoridades do presidente Trump, sempre com o objetivo de apresentar com precisão e documentos a realidade que o Brasil vive hoje. A carta do presidente Donald Trump apenas confirma o sucesso na transmissão daquilo que viemos apresentando com seriedade e responsabilidade. "
Valdemar nega a possibilidade de articulação encabeçada por Eduardo, diz ser contra as tarifas e não acreditar que a medida terá impactos para a direita nas eleições do ano que vem.
"A embaixada americana tem mais informações sobre o Brasil do que imaginamos. Donald Trump gosta de Bolsonaro e está tomando providências. O governo Lula tem que usar o Ministério das Relações Exteriores e negociar com os Estados Unidos. O Eduardo não participou disso, ele está fora do Brasil para defender Bolsonaro. Acredito que isto seja uma decisão do Trump para fazer o Brasil negociar. Eduardo não participou, ele está lá para proteger o pai dele. As tarifas não serão um estrago para o ano que vem. Eu não concordo com o tarifaço, acho que o governo brasileiro precisa ter uma relação próxima com os Estados Unidos."