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Tarcísio defende trabalho de Derrite na Segurança de SP: 'Olhe os números e estatísticas'

Sobre os policiais, Tarcísio disse que 'aquele que atira pelas costas, que joga uma pessoa de uma ponte, não está à altura de usar essa farda'

Agência o Globo
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Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 13h53.

Última atualização em 4 de dezembro de 2024 às 14h28.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu nesta terça-feira o secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite (PL), depois dos recentes casos de violência da Polícia Militar (PM) que vieram à tona.

Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que um policial militar de folga dá 11 tiros nas costas de um homem de 26 anos em um mercado na zona sul de São Paulo. A vítima é Gabriel Renan da Silva Soares, e o caso ocorreu no último dia 3 de novembro.

Imagens de outro caso mostram um motociclista já rendido, no chão, sendo agredido por agentes no bairro de Jardim Damasceno, na zona norte da capital paulista, enquanto a cena de um homem jogado de cima de uma ponte em um córrego na Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo, é o mais novo episódio a pôr em xeque o preparo dos policiais militares e a política de segurança pública do governador.

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Nesta quarta-feira, quando questionado se pretendia trocar o secretário de Segurança e se Derrite vinha fazendo um bom trabalho, Tarcísio respondeu que não.

"Olhe os números, as estatísticas, você vai ver que está [fazendo um bom trabalho]".

Em relação ao caso do homem jogado de cima de uma ponte, o governador ponderou que a vítima não morreu em função da ação policial.

"A polícia não matou. A pessoa saiu com ferimentos leves, não matou. O que aconteceu foi muito ruim, nós vamos tomar providências, mas vamos ter cuidado com as palavras", completou.

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O caso ocorreu na madrugada de segunda-feira, quando testemunhas gravaram vídeo que mostra três PMs em uma ponte. Um deles encosta uma moto na mureta após uma abordagem, e outro segura pelas costas um homem com camiseta azul. De repente, o PM levanta o rapaz pelas pernas e o joga no córrego.

A Secretaria de Segurança Pública afastou 13 PMs envolvidos na ação, que estariam dispersando um baile funk nas proximidades. O Jornal Nacional informou na noite de terça-feira que a vítima é um entregador chamado Marcelo, que feriu o rosto na queda e foi levado para o hospital depois de ser socorrido por moradores de rua que estavam embaixo da ponte.

"Eu gostaria de uma explicação desse policial aí e o porquê ele fez isso", disse ao telejornal da TV Globo o pai de Marcelo, o mecânico Antônio Donizete do Amaral.

Pela manhã de ontem, nas redes sociais, Tarcísio afirmou que “aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa de uma ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda”. Secretário de Segurança Pública, Derrite divulgou um vídeo dizendo que a ação na ponte “não encontra respaldo nos procedimentos operacionais” e “ações isoladas não podem denegrir a imagem” da PM.

O governador convocou na tarde de terça-feira uma reunião de emergência com o comandante-geral da corporação, Cássio Araújo de Freitas, o subcomandante-geral, coronel José Augusto Coutinho, e o corregedor-geral, Silvio Hiroshi Oyama. O encontro seria para corrigir rumos e punir excessos da PM.

A publicação do governador na manhã de terça-feira também se refere à morte de Gabriel Renan da Silva Soares, no dia 3 de novembro, atingido com 11 tiros nas costas ao tentar furtar pacotes de sabão em um mercado da zona sul da capital paulista. Vídeos divulgados nesta semana contrariam a versão do policial Vinicius Lima Britto, autor dos disparos, de que ele atirou em legítima defesa, registrada no boletim de ocorrência da Polícia Civil. O agente, que estava de folga quando atirou em Renan, foi afastado e será investigado pela Corregedoria.

Os dois casos repercutiram ao mesmo tempo que terça-feira uma perícia confirmou o que a Polícia Militar já havia antecipado como provável: partiu da arma de um policial a bala que matou o menino Ryan de Silva Andrade, de 4 anos, no morro de São Bento, em Santos, no dia 5 de novembro, em uma incursão onde também foi morto um adolescente.

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