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Tarcísio defende que facções criminosas sejam classificadas como terroristas

No mesmo evento que o governador, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, anunciou que vai se licenciar do cargo para reassumir sua posição como deputado federal na Câmara, em razão do projeto de lei sobre o tema

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 3 de novembro de 2025 às 16h21.

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira, 3, que a reincidência criminal "é um grande mal que a gente precisa combater para aumentar a segurança jurídica dos agentes de segurança pública".

A declaração de Tarcísio ocorreu em um evento de entrega de habitações populares na Zona Leste de São Paulo. Ele destacou a importância de uma ação rápida do Congresso na classificação de atos praticados por facções criminosas como terrorismo.

"Precisamos reforçar a atuação junto ao Congresso Nacional para aprovar uma série de medidas que, por exemplo, favoreçam o perdimento de bens, nos facilitem ter acesso aos bens dos criminosos, a punição, a impedir o criminoso de pagar, por exemplo, o advogado com recursos que são de origem ilícita. Então, tem algumas questões que a gente precisa trabalhar. O presidente da Câmara vai cuidar, junto com o presidente do Senado", disse.

Em relação a esse tema, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, anunciou que se licenciará do cargo para reassumir sua posição como deputado federal na Câmara e atuar como relator do Projeto de Lei que aborda a questão.

"Obviamente o Derrite vai ajudar. Ele vai ser liberado nesta semana ou na próxima para já relatar esse projeto que está na mão, que é o projeto do Danilo Fortes, que é para classificar determinadas ações de facções criminosas como ações terroristas, classificar como terrorismo. Acho que a sociedade está esperando uma resposta", acrescentou Tarcísio.

Consórcio de governadores

Tarcísio de Freitas comentou sobre a reunião de líderes da direita de outros estados, que ocorreu na semana passada, no Rio de Janeiro. O encontro aconteceu após a ação da Polícia Militar nos complexos do Alemão e da Penha, cujas operações resultaram na morte de 121 pessoas, incluindo quatro policiais.

Na quinta-feira, 30, sete governadores anunciaram a criação do “Consórcio da Paz”, um projeto de cooperação entre estados para integrar forças de segurança, inteligência e apoio financeiro no combate ao crime organizado. Segundo os governadores, o principal objetivo do projeto é integrar forças de segurança, equipes de inteligência e recursos financeiros entre estados para o combate ao crime organizado.

"Fizemos ações conjuntas no Mato Grosso do Sul, fizemos no Porto de Santos, fizemos no Rio Grande do Sul e agora a ideia é aumentar a abrangência disso para mais unidades da Federação. Essa é a ideia do Consórcio. As inteligências sempre estão trabalhando, inclusive trabalhando em cooperação", disse Tarcísio, em evento nesta segunda-feira.

Operação mais letal da história do RJ

A reunião aconteceu após a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, que mobilizou cerca de 2.500 agentes civis e militares. Segundo o governo do Rio, a ação resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais, apreensão de 118 armas — entre fuzis, pistolas e revólveres — 14 explosivos e toneladas de drogas.

O objetivo da operação era capturar Edgar Alves de Andrade, o Doca, líder do Comando Vermelho, que busca expandir a facção pelo estado. Doca não foi encontrado e já é considerado procurado — a recompensa por informações que levem à prisão dele está fixada em R$ 100 mil, pelo Disque Denúncia.

Governadores presentes elogiaram a ação e destacaram o planejamento e execução da operação. Romeu Zema afirmou que o resultado será referência para a segurança pública em todo o país.

No encontro, os governadores reforçaram que o consórcio visa ações práticas e integradas, e não substituir políticas federais. Ainda assim, houve críticas à PEC da Segurança Pública, enviada ao Congresso em abril, que visa dar status constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e integrar forças estaduais e federais. Caiado afirmou que a proposta tira autonomia dos estados e transfere diretrizes para o Ministério da Justiça, enquanto o governo federal garante que as autonomias serão preservadas.

Saiba tudo sobre a megaoperação no Rio de Janeiro

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