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Tarcísio cancela toda agenda por crise gerada pela greve de caminhoneiros

O ministro da Infraestrutura suspendou todos os compromissos desta quinta, 9, para tentar resolver a paralisação que já atinge 15 estados; caminhoneiros apoiam Bolsonaro

Greve dos caminheiros em 2018 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Greve dos caminheiros em 2018 (Ueslei Marcelino/Reuters)

CA

Carla Aranha

Publicado em 9 de setembro de 2021 às 10h32.

Última atualização em 9 de setembro de 2021 às 10h49.

O ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, decidiu suspender toda a agenda desta quinta, 9, para tratar da greve dos caminhoneiros. Tarcísio deve participar de uma reunião com os líderes grevistas e o presidente Jair Bolsonaro programada para esta manhã, no Palácio do Planalto.

Os caminhoneiros começaram uma paralisação logo após os discursos de Jair Bolsonaro no feriado de 7 de setembro, em que o presidente criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de “canalha”. Nas últimas semanas, o STF deu voz de prisão a parlamentares e blogueiros que pediram o fechamento da Corte, entre eles o ex-deputado federal Roberto Jefferson (e atual presidente do PTB), o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) e Oswaldo Eustáquio, que teve sua conta no Twitter cancelada.

O caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, também foi alvo de pedido de prisão do STF e encontra-se foragido. Ele é um dos líderes da greve que já atinge 15 estados, com pontos de bloqueio principalmente em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.

Estados como Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Pernambuco e Pará também enfrentam paralisações nesta quinta. Segundo o Ministério da Infraestrutura e a Polícia Rodoviária Federal, corredores logísticos essenciais, especialmente em Minas Gerais e Rio de Janeiro, foram liberados.

Na quarta, 9, um grupo de cem caminhoneiros decidiu ocupar a Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Eles chegaram a montar um acampamento, com tendas e fogareiros para cozinhar. A Polícia Militar do Distrito Federal negociou a retirada do grupo com as lideranças do movimento. Os caminhoneiros devem deixar o local nesta quinta, 10.

O governo tenta desmobilizar a greve, que pode causar prejuízos ao fluxo de abastecimento no país. Bolsonaro gravou um áudio pedindo para os caminhoneiros suspenderem a paralisação e Tarcísio de Freitas publicou um vídeo com a mesma mensagem. O presidente disse que a greve atrapalha a economia e chamou os caminhoneiros de "aliados".

 

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