Brasil

Tarcísio adota tom de líder religioso em ato com Michelle Bolsonaro e Damares

O ex-ministro da Infraestrutura desfilou pelo altar fazendo um sermão sobre o "mordomo infiel", uma parábola do livro de Lucas

Cristãos também destacaram a proximidade com o Executivo que conquistaram durante o governo Bolsonaro (Eduardo Frazão/Exame)

Cristãos também destacaram a proximidade com o Executivo que conquistaram durante o governo Bolsonaro (Eduardo Frazão/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de outubro de 2022 às 16h30.

O candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que participou, ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, de um evento que reuniu lideranças evangélicas, católicas, espíritas e budistas a favor da reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), abandonou o tom de político e técnico e, nesta quarta-feira, 19, fez as vezes de líder religioso.

O ex-ministro da Infraestrutura desfilou pelo altar fazendo um sermão sobre o "mordomo infiel", uma parábola do livro de Lucas que, segundo ele, fala de um administrador corrupto, fazendo uma correlação entre essa história e as eleições deste ano, acusando os petistas de serem o dito mordomo.

O candidato, entre os versículos da bíblia, que citava de cabeça destacava as realizações do governo Bolsonaro, e fazia um discurso com frases que, aos acostumados com eventos religiosos, pareciam de um líder da igreja. "A gente está passando tribulação, divisão, mas nós vamos vencer porque a bênção está declarada", foi uma das muitas frases de cunho cristão ditas por Tarcísio.

O mote da solenidade foi a reeleição do presidente Bolsonaro, pastores e pastoras que falaram no altar adotaram o discurso governista contra os adversários. Frases como "nossa bandeira jamais será vermelha", "nossa luta é pela liberdade" foram repetidas entre as orações e louvores.

Fique por dentro de tudo sobre as Eleições 2022 e os resultados das pesquisas eleitorais. Clique aqui e receba gratuitamente a newsletter EXAME Desperta.

Cristãos também destacaram a proximidade com o Executivo que conquistaram durante o governo Bolsonaro. A realização de cultos no Palácio da Alvorada, o diálogo do presidente com políticos e representantes da igreja foram pontuados como ações inéditas que agradaram o segmento.

O evento contou com a participação, entre outros, da vice-governadora eleita do Distrito Federal Celina Leão (Progressistas), das deputadas federais Bia Kicis (PL) e Carla Zambelli (PL) e do deputado Marcos Pereira (Republicanos). Os senadores eleitos Marcos Pontes (PL) e Damares Alves (Republicanos), e o senador Eduardo Girão (Podemos) também compareceram à solenidade, assim como o Padre Kelmon (PTB), que foi recebido com aplausos e fotos.

Presidente nacional do Republicanos, partido de Tarcísio, Marcos Pereira enfatizou a confiança na reeleição de Bolsonaro e repetiu que a luta é do "comunismo contra o liberalismo". Girão falou em um "momento de decisão", afirmando que a bancada do PT no legislativo trabalha a favor de pautas como a liberação das drogas e do aborto, tema repetido durante todo o evento entre as várias lideranças que estiveram no púlpito.

Lula divulga carta aos evangélicos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na manhã desta quarta-feira, 19, da leitura de sua carta aos evangélicos, em evento com lideranças religiosas, e reafirmou o compromisso, se eleito, com a liberdade de culto no País.

Bolsonaro minimizou a carta e afirmou que os religiosos que apoiam o petista são apenas "dissidências", além de dizer que a maioria apoia a sua reeleição. "Quem assinou? Qual o perfil de quem assinou? Tem igrejas? Qual a densidade deles? Até no meio militar tem dissidências, a gente sabe que tem."

A última pesquisa Datafolha mostrou que a opção política de evangélicos e católicos foi acentuada no segundo turno. Bolsonaro é o preferido de 65% dos evangélicos, enquanto Lula tem a aprovação de 57% dos católicos. O petista tem buscado melhorar a avaliação que tem entre os evangélicos.

LEIA TAMBÉM:

Eleições em SP: PSDB fará "mobilização total" para Tarcísio, diz partido

Tarcísio diz acreditar que tiros foram questão territorial e não política

Acompanhe tudo sobre:Damares AlvesEleiçõesEleições 2022Jair BolsonaroPolíticaReligiãoTarcísio Gomes de Freitas

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP