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Suspensão de reajuste de pedágio eleva incertezas

Para analistas, embora o governo de São Paulo tenha afirmado não ter intenção de quebrar contratos, a decisão influencia a percepção de risco pela intervenção regulatória


	Pedágio em estrada do Estado de São Paulo
 (Wikimedia Commons)

Pedágio em estrada do Estado de São Paulo (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2013 às 14h10.

São Paulo - A suspensão do reajuste das tarifas de pedágio nas rodovias paulistas afeta a percepção de risco no setor de concessões e aumenta as incertezas a respeito dos próximos leilões, avaliam os analistas do HSBC Alexandre Falcão e Ravi Jain.

Para os profissionais, embora o governo de São Paulo tenha afirmado não ter intenção de quebrar contratos e que vai compensar as concessões por meio da redução nos custos, a fim de garantir o rebalanceamento econômico e financeiro dos contratos, a decisão influencia a percepção de risco pela intervenção regulatória.

"Acreditamos que a possível continuidade da interferência do governo cria o potencial para desequilíbrios econômicos no futuro", disseram, em relatório.

No que diz respeito às companhias com concessões estaduais, caso da Arteris, CCR e EcoRodovias, os analistas avaliam que, no caso de não haver compensação, o efeito sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) de 2013 "não será significativo".

A casa estima que, na ausência de reajuste tarifário, o Ebitda de Arteris, CCR e Ecorodovias vai cair 3,6%, 3,5% e 2,4%, respectivamente. "Embora o impacto pareça limitado para um ano, sem a compensação, esse impacto pode ser composto ao longo da duração da concessão", afirmam.

Ainda assim, Falcão e Jain lembram que o governador Geraldo Alckmin declarou que o Estado planeja conseguir o rebalanceamento dos contratos por meio de reduções nos custos, como a diminuição na tarifa da agência regulatória estadual, a Artesp, que passará de 3% para 1,5% do faturamento das concessionárias; o início da cobrança de pedágio dos "eixos suspensos"; e, se necessário, a redução do ônus fixo pago ao governo.

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