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Suspeitas envolvendo presidente do PSL mobilizam Bolsonaro e aliados

Aliados de Bolsonaro cogitam a possibilidade de agir para forçar a saída de Bivar do comando da sigla

Bivar, presidente do PSL: Questionado sobre uma possível saída de Bivar do PSL, o presidente desconversou. "Não sei de nada, não", disse Bolsonaro (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Bivar, presidente do PSL: Questionado sobre uma possível saída de Bivar do PSL, o presidente desconversou. "Não sei de nada, não", disse Bolsonaro (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de junho de 2019 às 09h49.

Última atualização em 28 de outubro de 2019 às 18h18.

Brasília - As novas denúncias envolvendo o presidente do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE), mobilizaram ontem, 8, o presidente Jair Bolsonaro e dirigentes do partido. O presidente tem demonstrado preocupação com o impacto em sua imagem dos casos relacionados à legenda (alvo de investigações envolvendo suspeitas de candidaturas laranjas em Minas e em Pernambuco, Estado de Bivar). Aliados de Bolsonaro cogitam a possibilidade de agir para forçar a saída de Bivar do comando da sigla, mas parte da bancada do PSL no Congresso articula barrar o movimento.

Segundo a revista Crusoé e o jornal Folha de S.Paulo, Bivar apresentou à Câmara e ao Tribunal Superior Eleitoral notas fiscais de duas empresas que vendem esse tipo de documento. O deputado não respondeu às tentativas de contato do Estado.

Na manhã de ontem, Bolsonaro discutiu o assunto com o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e os advogados Karina Kufa e Antônio de Rueda. Kufa atuou na defesa do presidente nas eleições e advoga para o PSL nacional; já Flávio e Rueda presidem o diretório do PSL do Rio e de Pernambuco, respectivamente. O encontro foi no Palácio do Alvorada e durou duas horas.

Segundo deputados e interlocutores do presidente, Bolsonaro tem afirmado não compactuar com as denúncias que envolvem o PSL. O presidente chegou a dizer ser insuportável pertencer a um partido com escândalos. Aliados de Bolsonaro defendem que Bivar deixe o comando da sigla. Se isso não acontecer, uma das saídas passaria por uma iniciativa dos parlamentares que poderiam protocolar uma representação contra Bivar para convocar uma convenção partidária e fazer nova eleição interna.

Questionado sobre uma possível saída de Bivar do PSL, o presidente desconversou. "Não sei de nada, não", falou a jornalistas no início da noite ao deixar o Palácio do Alvorada em direção à Granja do Torto. Apesar do desconforto causado pelas suspeitas de irregularidades, a bancada do PSL no Congresso não indica que apoiaria um movimento para afastar Bivar. A reportagem apurou que, no grupo de WhatsApp que reúne a bancada, cerca de dez deputados apoiaram Bivar e o restante não emitiu opiniões.

Defesa

O deputado Alexandre Frota (PSL-SP) saiu em defesa de Bivar. "Nunca vou trabalhar para afastar o Bivar. Ele tem todo o meu apoio, até que me provem o contrário. Ele é o meu presidente. Estamos sob ataque nesse momento e precisamos aguentar. A guerra é para os fortes. Querem tomar o PSL na marra, agora também a (direção) Nacional. Já estão tomando a Estadual. O PSL é um barril de pólvora que vai explodir."

O líder do governo na Câmara, major Vitor Hugo (PSL-GO), esteve com Bolsonaro no Alvorada após o encontro do presidente com os advogados e seu filho. Na saída, afirmou que o partido ainda não se reuniu para discutir os impactos das denúncias. "Ainda não houve reunião do partido após essas novas denúncias ou suspeitas, mas isso vai ser tratado. A gente não tem uma posição neste momento", disse. "Ele (Bivar) vai ter possibilidade de defesa e provar aí sua inocência." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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