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Suspeita de vazamento de óleo, Delta Tankers diz que não foi comunicada

Investigadores disseram nesta sexta que um navio de bandeira grega carregado de petróleo venezuelano é suspeito de ser a fonte do óleo no Nordeste

Litoral nordestino: prais foram tomadas por manchas de óleo (Adriano Machado/Reuters)

Litoral nordestino: prais foram tomadas por manchas de óleo (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 1 de novembro de 2019 às 15h55.

Última atualização em 1 de novembro de 2019 às 16h08.

Atenas - A empresa Delta Tankers Ltd disse nesta sexta-feira (1) que não foi contactada por autoridades brasileiras que investigam o derramamento do petróleo que atingiu praias na Região Nordeste do Brasil.

Investigadores disseram nesta sexta que um navio de bandeira grega carregado de petróleo venezuelano é suspeito de ser a fonte do óleo que tem aparecido em várias praias nordestinas desde o início de setembro.

Embora o Ministério Público Federal e a Polícia Federal não tenham divulgado o nome do navio, um documento obtido pela Reuters mostrou que o navio é o Bouboulina, de propriedade da Delta Tankers.

"Nem a Delta Tankers nem o navio foram contactados pelas autoridades brasileiras em relação à investigação", disse a companhia em comunicado.

Investigações

Segundo a polícia, o navio atracou na Venezuela em 15 de julho, permaneceu por três dias e seguiu rumo a Cingapura, vindo a aportar apenas na África do Sul. “O derramamento investigado teria ocorrido nesse deslocamento”, afirmou a PF.

Segundo a PF, informações preliminares indicam que o navio grego está vinculado a empresa de mesma nacionalidade, “porém ainda não há dados sobre a propriedade do petróleo transportado”, o que impõe a continuidade das investigações.

A investigação criminal visa impor aos responsáveis, inclusive pessoas jurídicas, as penas do crime de poluição previsto no artigo 54 da lei ambiental, bem como o crime do artigo 68 da mesma lei, decorrente do fato de não ter havido comunicação às autoridades sobre o incidente.

Na quinta-feira (31), o presidente Jair Bolsonaro havia dito, em transmissão ao vivo no Facebook, que “está mais do que comprovado que (o óleo) é da Venezuela“.

Ao lado do secretário de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif Júnior, Bolsonaro chamou a questão de “derramamento criminoso”. “Vai fazer dois meses que o governo sabe disso e, através dos seus órgãos, está investigando e fazendo a limpeza das praias com a ajuda do pessoal da região”, disse.

As manchas de óleo avançaram até o sul da Bahia e chegaram ao município de Porto Seguro.  Segundo informações do Ibama um total de 283 localidades de 98 municípios e nove Estados no Nordeste tinham sido afetados pela maior tragédia ambiental do país em suas águas. 

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, admitiu ontem que as manchas do óleo que poluem as praias do Nordeste podem chegar às praias do Sudeste.

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