Brasil

SUS inicia vacinação contra HPV para meninos

A expectativa do Ministério da Saúde é proteger 3,6 milhões de meninos este ano

Vacina: os meninos devem tomar duas doses, com seis meses de intervalo entre cada uma (Joe Raedle/AFP/AFP)

Vacina: os meninos devem tomar duas doses, com seis meses de intervalo entre cada uma (Joe Raedle/AFP/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de janeiro de 2017 às 14h05.

Meninos de 12 e 13 anos já podem ser vacinados contra o HPV nos postos de vacinação de todo o país a partir desta segunda-feira, 2. Até o ano passado, a imunização no Sistema Único de Saúde (SUS) era feita somente em meninas.

A expectativa do Ministério da Saúde é proteger 3,6 milhões de meninos este ano. Foram adquiridos seis milhões de doses ao custo de R$ 288,4 milhões.

O HPV é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto.

A pasta informou que a faixa etária será ampliada para meninos entre 9 e 13 anos até 2020, gradativamente. Segundo tabela divulgada pelo Ministério, no ano que vem, a oferta da vacina incluirá meninos de 11 anos. Em 2019, garotos de 10 anos passarão a ser imunizados também; e em 2020, os de 9.

Os meninos devem tomar duas doses, com seis meses de intervalo entre cada uma. Para os portadores do HIV entre 9 e 26 anos, o esquema vacinal é de três doses - intervalo de 0, 2 e 6 meses.

A vacina disponibilizada para os garotos é quadrivalente, a mesma que, desde 2014, é oferecida pelo SUS somente para as meninas. O imunizante protege contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18) e possui 98% de eficácia.

A estratégia de imunização de garotos, conforme o Ministério da Saúde, tem como objetivo proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV. A definição da faixa etária para a vacinação visa proteger as crianças antes do início da vida sexual e, portanto, antes do contato com o vírus.

De acordo com a pasta, os cânceres de garganta e de boca são o 6º tipo de câncer no mundo, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes. Ainda segundo o Ministério, mais de 90% dos casos de câncer anal têm origem na infecção pelo HPV.

A decisão de ampliar a imunização contra o vírus para o sexo masculino segue recomendações das Sociedades Brasileiras de Pediatria, Imunologia, Obstetrícia e Ginecologia, além de DST/AIDS, e do Advisory Committee on Imunization Practices (órgão consultivo de imunização dos Estados Unidos).

A vacina é aprovada pelo Conselho Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente, seis países utilizam a vacina HPV para meninos como estratégia de saúde pública: Estados Unidos, Panamá, Porto Rico, Áustria, Israel e Austrália.

O Brasil passa a ser o 7º país a distribuir a vacina. Segundo o Ministério da Saúde, até 2018 a produção deverá ser 100% nacional. A vacina é uma parceria entre a pasta e o Butantan.

Meninas

Outra novidade no calendário de 2017 do SUS é a inclusão das meninas que chegaram aos 14 anos sem tomar a vacina ou que não completaram as duas doses indicadas. O Ministério estima que 500 mil adolescentes estejam nessa situação. Até o ano passado, a faixa etária se limitava dos 9 aos 13 anos.

Para as garotas, o foco da imunização é proteger contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal, além de lesões pré-cancerosas, verrugas genitais e outras infecções causadas pelo vírus.

Acompanhe tudo sobre:CriançasDoençasDoenças sexualmente transmissíveisSaúdeSUSVacinas

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP