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Suposta mensagem vazada indica que força-tarefa acatou sugestão de Moro

Deltan e Carlos Fernando decidiram que procuradora criticada por Moro não deveria estar sozinha na audiência do ex-presidente Lula

O ministro Sergio Moro tem sido alvo de vazamentos em série (Rafael Marchante/Reuters)

O ministro Sergio Moro tem sido alvo de vazamentos em série (Rafael Marchante/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de junho de 2019 às 10h15.

Última atualização em 21 de junho de 2019 às 11h09.

Conselho de Sérgio Moro dado a procuradores foi acatado pela força-tarefa da Lava Jato, de acordo com informações obtidas pelo site Intercept e divulgadas nesta quinta-feira, 20, por Reinaldo Azevedo na Rádio BandNews FM.

Depois de receber reclamação do ex-juiz em relação ao desempenho da procuradora Laura Tessler em audiências, o coordenador da força-tarefa de Curitiba, Deltan Dallagnol, procurou o colega Carlos Fernando dos Santos Lima para falar do assunto. Os dois decidiram que ela só deveria realizar audiências se estivesse acompanhada dos procuradores Júlio Noronha e Roberson Pozzobon.

Na suposta conversa, realizada por meio do aplicativo Telegram, Deltan e Carlos Fernando decidiram que Tessler não deveria estar sozinha na audiência do ex-presidente Lula, hoje preso.

De acordo com as mensagens, Deltan só explicou qual era a reclamação de Moro depois de se certificar de que Carlos Fernando não estava visualizando as mensagens em um computador, que poderia ser visto pelos colegas.

De acordo com reportagem do Intercept da semana passada, Moro se queixou a Deltan do desempenho de Tessler e recomendou que ela fosse submetida a um treinamento para fazer audiências.

Indagado sobre a sugestão pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS) Moro afirmou, durante audiência no Senado, na quarta: "Não tem nada de anormal nessas comunicações". De acordo com o ministro, essa demanda não interferiu nos trabalhos do MP. "Tanto que essa pessoa continua e continuou realizando atos processuais e audiências", disse.

Outro lado

Procurado pelo jornal o Estado de S. Paulo, a força-tarefa da Lava Jato de Curitiba informou que não irá se manifestar. O Ministério da Justiça afirmou em nota que a mensagem atribuída a Moro "pode ter sido editada ou adulterada" pelo grupo criminoso que hackeou o seu celular.

O texto diz ainda que a troca de mensagens, "mesmo se autêntica nada tem de ilícita ou antiética". Disse ainda que não há "nenhuma contradição com a fala do ministro ao Senado".

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