Brasil

Sudeste foi principal destino de presidenciáveis em 2013

Dos três prováveis candidatos, Aécio foi o que mais se deslocou para a região


	Aécio Neves: provável candidato do PSDB foi o campeão em viagens ao Sudeste do país
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

Aécio Neves: provável candidato do PSDB foi o campeão em viagens ao Sudeste do país (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2014 às 07h27.

São Paulo - A região Sudeste foi o principal destino das viagens nacionais feitas em 2013 pelos três prováveis candidatos ao Palácio do Planalto: a presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

Com motivações variadas, os deslocamentos para a região, que concentra os maiores colégios eleitorais do País, num total de 60,7 milhões de eleitores, refletem as diferentes estratégias políticas adotadas ao longo do ano e podem indicar os passos de 2014. O levantamento do jornal O Estado de S. Paulo foi feito a partir das agendas oficiais e registros das assessorias dos três políticos.

Dos três presidenciáveis, Aécio foi o que mais privilegiou a região, apesar de ter sido o que menos viajou entre os prováveis candidatos. Das 45 viagens feitas em 2013, 35 foram para o Sudeste. Em nove dirigiu-se à capital paulista e em outras nove, a cidades do interior do Estado, dominado há quase duas décadas pelos tucanos.

O foco em São Paulo, o maior colégio eleitoral do País, tinha um objetivo claro: ganhar visibilidade entre o eleitorado e vencer a resistência de parte dos correligionários, que preferiam o nome do ex-governador José Serra. No mês passado, Serra anunciou no Facebook seu afastamento da corrida presidencial.

"Em 2013 Aécio precisava confirmar o que ele tinha pretensão de ser (candidato a presidente). Tinha de confirmar o apoio do partido", afirma o deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE). O senador também não descuidou do seu reduto eleitoral: foi 13 vezes a Minas, Estado que governou por duas vezes.

De maneira geral, os encontros com correligionários e lideranças de siglas aliadas dominaram a agenda e ficaram mais frequentes a partir de agosto, quando Aécio já era presidente nacional do PSDB. Em São Paulo, aproveitou também para se apresentar a empresários, ruralistas e ambientalistas. Estratégia parecida com a adotada no Sul, segunda região mais visitada por ele, com quatro viagens.

Mais viagens

Dilma também deu preferência para a região Sudeste, para onde fez 37 das 82 viagens. A presidente, aliás, fechou 2013 com o maior saldo de deslocamentos domésticos da sua gestão - em 2011, foram 69 viagens, ante 50 em 2012.

Só a São Paulo foram 18 visitas da petista: nove delas na capital e quatro em São Bernardo do Campo, cidade do ABC que é o berço político petista. O Estado, que costuma ser mais simpático ao PSDB nas urnas, está entre os que o governo Dilma tem menor aprovação, segundo a última pesquisa realizada pelo Ibope, em dezembro. Apesar de bem avaliada em Minas, Dilma viajou em oito ocasiões para o Estado, também governado pelo PSDB.


Nos últimos dias do ano, a presidente visitou o único Estado da região ao qual não havia ido em 2013, o Espírito Santo, onde sobrevoou áreas que foram atingidas pela chuva.

Em termos de quantidade, o Nordeste foi o segundo principal destino da presidente. Os Estados da região, onde Dilma costuma ser bem avaliada, foram palcos para 23 viagens. A presidente, no entanto, também voltou sua atenção para o Sul, região onde o PT conta com menos simpatia do eleitorado, e para onde Dilma viajou 19 vezes, bem acima das cinco visitas feitas em 2012.

Empresários

Os caminhos escolhidos por Campos lembram os de Dilma e também privilegiaram cidades do Sudeste e, em seguida, do Nordeste. Suas viagens tiveram um objetivo: tornar seu nome mais conhecido entre os eleitores e, principalmente, entre o empresariado. A maratona de 58 deslocamentos de Campos começou ainda nos primeiros meses de 2013 e manteve ritmo intenso durante todo o ano.

Em uma semana de abril, por exemplo, passou quatro dos cinco dias úteis longe de Pernambuco. Recentemente, numa terça-feira de novembro, teve quatro compromissos num mesmo dia na capital paulista. "Mais de 80% das viagens de Campos este ano tiveram como foco a apresentação dele e do sucesso que é o seu governo em Pernambuco", disse o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS).

Nesses encontros, Campos costumava seguir o mesmo roteiro. Apontava as conquistas dos governos FHC e Lula, mas apresentava-se como uma nova opção, incorporando a figura do gestor capaz de retomar o crescimento econômico.

As regiões Norte e Centro-Oeste, que somam 20,9 milhões de eleitores, menos de 15% do total, foram as menos visitadas por Dilma, Campos e Aécio. Em números, o governador pernambucano seria exceção, mas as idas ao Centro-Oeste ficaram concentradas a Brasília, onde costumava se reunir com aliados para discutir o cenário eleitoral de 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesEleiçõesEleições 2014PersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosSudeste

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP