Brasil

Sucessão no TST deve ir ao Supremo

A vitória de João Oreste Dalazen é contestada por colegas; tradição na sucessão do TST foi quebrada

A sucessão para TST deve parar no plenário do STF (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

A sucessão para TST deve parar no plenário do STF (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2011 às 10h40.

Brasília - A eleição do novo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) se transformou em um imbróglio jurídico e político e deve chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF). A vitória de João Oreste Dalazen, no mês passado, é contestada por colegas. Nesta semana, o vice-presidente eleito, ministro Carlos Alberto Reis de Paula, adiantou que não tomará posse em 2 de março.

O motivo da confusão é uma manobra adotada há três décadas no tribunal, de permitir que os dirigentes ocupem cargos de direção por mais de quatro anos - limite fixado pela Lei Orgânica da Magistratura - por meio de renúncia dos demais concorrentes aos cargos. Tradicionalmente, seguindo o critério da antiguidade na Casa, os dirigentes ocupam três cargos em sequência: a corregedoria, a vice-presidência e a presidência.

Na última eleição, realizada em 15 de dezembro, essa tradição foi quebrada. Logo no início da sessão, o ministro Ives Gandra Filho levantou dúvidas sobre a manutenção da “praxe” e, consequentemente, sobre a elegibilidade de Dalazen, objeto de uma consulta ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que ficou sem resposta. “Não pretendo participar de uma renúncia coletiva” anunciou o ministro, acompanhado por mais um colega, Pedro Paulo Manus.

O ministro João Batista Brito Pereira questionou a falta de unanimidade no plenário de 27 ministros do TST, que quebrava uma tradição e tornava Dalazen inelegível. Mas a votação secreta seguiu adiante. O ministro Carlos Alberto Reis de Paula também disputou a presidência. Teve 10 votos, contra 16 dados a Dalazen.

Na quarta-feira, a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) informou que o conselho analisará se levará ao Supremo o resultado da eleição no TST. O caso também será avaliado pela Procuradoria-Geral da República.

A reportagem tentou entrevistar Dalazen, mas a informação em seu gabinete é de que ele está em férias e não pode ser localizado. O ministro Carlos Alberto Reis de Paula, que disputou a presidência e anunciou que não tomará posse na vice, informou que só se manifestará em fevereiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilJustiça

Mais de Brasil

Segundo turno das eleições municipais, um novo teste para Lula e Bolsonaro

Posso justificar meu voto depois do segundo turno das eleições? Veja prazo

Até que horas posso votar no segundo turno das eleições 2024?

Quantos votos um candidato precisa para ganhar no segundo turno?