Brasil

Subsidiária da Delta vira alvo de Tribunal de Contas em SP

O Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) do estado de São Paulo concedeu favoritismo à Técnica Construções em uma concorrência internacional de R$ 3,8 bilhões

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, participa de inauguração de obra do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) (DAEE)

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, participa de inauguração de obra do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) (DAEE)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2013 às 10h16.

São Paulo - O Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo estipulou na quinta-feira, 11, prazo de 48 horas para que o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), vinculado à Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do governo Geraldo Alckmin (PSDB), esclareça o favoritismo da Técnica Construções, subsidiária da Delta, em uma concorrência internacional de R$ 3,8 bilhões.

O conselheiro Sidney Beraldo, relator do processo no TCE, diz que outras empresas interessadas na licitação alegaram que a Técnica, constituída em 1º de fevereiro, seria subsidiária integral e teria como única acionista a Delta.

O consórcio da Técnica foi classificado provisoriamente em primeiro lugar após a abertura e análise do envelope com proposta econômica, destaca o TCE.

O edital do DAEE prevê que subsidiária de empresa rotulada inidônea não pode ser declarada vencedora.

O TCE já havia sido provocado por concorrentes da Técnica, mas na ocasião observou que o certame ainda não estava na fase adequada para análise da situação jurídica das participantes e ponderou que não havia incorreção no fato de o DAEE dar andamento ao processo.

Naquele momento, o TCE entendeu que não poderia paralisar a licitação porque a apreciação da documentação das empresas só deveria ser feita na última fase.


A declaração de inidoneidade da Delta, de junho de 2012, foi emitida pela Controladoria-Geral da União (CGU).

A concorrência do DAEE tornou-se alvo do TCE a partir de representação de cinco empresas - Companhia das Águas do Brasil - CAB Ambiental, Encalso Construções Ltda., Tiisa - Triunfo Iesa Infraestrutura S.A., DP Barros Pavimentação e Construção Ltda. e Hidrostudio Engenharia Ltda., que formam o Consórcio PPP Reservatórios.

As empresas argumentam que a Delta está em processo de recuperação judicial e impedida de licitar ou contratar com a administração pública em decorrência de ter sido declarada inidônea pelo governo federal e pelo governo do Estado do Rio.

Na semana passada, o governador Geraldo Alckmin declarou que a Corregedoria-Geral da Administração e a Procuradoria-Geral do Estado já estavam apurando a participação da Técnica em concorrências no governo paulista.

Alckmin advertiu que "nenhum contrato será assinado sem o parecer da PGE e o aval da corregedoria".

Acompanhe tudo sobre:Construtora DeltaConstrutorasEmpresasEstado de São PauloIrregularidades

Mais de Brasil

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdemar