De acordo com as investigações, o grupo foi essencial para alimentar a narrativa de fraude nas urnas eletrônicas e insuflar apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro contra o resultado legítimo das eleições de 2022.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que os réus atuaram de forma coordenada para desacreditar o sistema eletrônico de votação, promover teorias conspiratórias e incitar uma ruptura institucional. Na semana passada, o procurador-geral Paulo Gonet pediu a condenação dos sete acusados.
Quem são os acusados
Os sete réus desse núcleo são:
- Ex-major do Exército Ailton Barros;
- Major da reserva Angelo Denicoli;
- Engenheiro Carlos Rocha;
- Subtenente Giancarlo Rodrigues;
- Tenente-coronel Guilherme Marques Almeida;
- Policial federal Marcelo Bormevet;
- Coronel Reginaldo Vieira de Abreu.
Segundo a PGR, a estratégia do grupo envolvia disseminação de conteúdos falsos, lives com discursos inflamados e a articulação de manifestações antidemocráticas em diversas cidades.
Manipulação de relatórios e desinformação militar
De acordo com as investigações, Ângelo Denicoli e Guilherme Almeida foram responsáveis por difundir suspeitas infundadas contra as urnas nas redes sociais. Já Denicoli e Reginaldo Abreu teriam tentado interferir no relatório técnico do Ministério da Defesa sobre as eleições, com base em informações falsas divulgadas por um influenciador argentino.
O relatório do Ministério da Defesa, divulgado após o segundo turno de 2022, não encontrou indícios de fraude nas urnas eletrônicas.
Condenações anteriores e expectativas
Em setembro, a Primeira Turma do STF condenou Jair Bolsonaro e outros sete envolvidos na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O julgamento desta terça-feira analisa a responsabilidade dos articuladores intelectuais e comunicacionais da ofensiva contra a democracia.
A expectativa é de que os ministros sigam o voto do relator Alexandre de Moraes, que defende a condenação dos réus pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação ao crime.