Jucá: as investigações sobre os quatro parlamentares será para apurar se cometeram os crimes de corrupção passiva e prevaricação (Pedro França/Agência Senado)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de novembro de 2016 às 19h35.
Brasília - O Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de dois inquéritos na Operação Zelotes para apurar o envolvimento do líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), e outros três parlamentares em fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) - tribunal de recursos da Receita.
O processo tramita em segredo de Justiça e tem como relator o ministro Ricardo Lewandowski.
Jucá é alvo de um inquérito 4347 no STF junto com os deputados federais Jorge Côrte Real (PTB-PR) e Alfredo Kaefer (PSL-PR).
O senador José Pimentel (PT-CE) passa a ser investigado no inquérito 4346. Ambos os inquéritos foram recebidos hoje pelo STF e estão sob a relatoria de Lewandoski.
As investigações sobre os quatro parlamentares será para apurar se cometeram os crimes de corrupção passiva e prevaricação, em beneficiamento de empresas no âmbito do Carf.
A suspeita é de que os parlamentares trabalharam para alterar medida provisória em troca de benefícios.
Jucá já respondia a um outro inquérito na Operação Zelotes e, ao todo, passa a ser alvo de oito inquéritos no Supremo, incluindo a Operação Lava Jato e investigações sobre Belo Monte.
Defesa
O senador Romero Jucá negou que tenha recebido vantagens para beneficiar empresas no âmbito do Carf.
"O senador Romero Jucá nega que tenha recebido recursos para beneficiar empresas por meio de medidas provisórias. Em relação a uma acusação específica, o senador anunciou em plenário o veto a uma emenda que supostamente teria sido comprada. Em outra, o próprio acusador do senador já desmentiu a informação e disse que não pagou nenhum valor ao senador".
A defesa do deputado Alfredo Kaefer também negou irregularidades. O deputado Jorge Côrte Real está em viagem e não foi localizado.
O senador José Pimentel também negou qualquer irregularidade e afirmou que não foi comunicado do inquérito.
"Não fui notificado sobre os fatos que embasaram a decisão do ministro Lewandowski. O que posso dizer, mesmo sem saber do seu conteúdo, é que nunca pratiquei ato ilegal, nem recebi qualquer vantagem indevida no exercício da atividade parlamentar."