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Moraes quebra sigilo bancário de Kicis, Zambelli, Cabo Junio e Otoni

Medida foi tomada no âmbito da investigação de atos antidemocráticos, em conjunto com busca e apreensão contra 21 alvos, cumprida nesta terça-feira pela PF

Alexandre de Moraes: ministro determinou o sigilo bancário de deputados bolsonaristas investigados (Banco de Imagens/AP Images)

Alexandre de Moraes: ministro determinou o sigilo bancário de deputados bolsonaristas investigados (Banco de Imagens/AP Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 16 de junho de 2020 às 18h00.

Última atualização em 16 de junho de 2020 às 18h26.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a quebra do sigilo bancário de deputados federais bolsonaristas para apurar se eles atuaram no financiamento de atos antidemocráticos, que pediam o fechamento do STF e do Congresso Nacional. A decisão de Moraes foi tomada em conjunto com a autorização da Operação Lume, que cumpriu nesta terça-feira mandados de busca e apreensão contra 21 alvos ligados aos atos antidemocráticos.

Moraes determinou a quebra dos sigilos bancários de ao menos quatro parlamentares bolsonaristas: Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Cabo Junio Amaral (PSL-MG) e Otoni de Paula (PSC-RJ). A medida foi determinada após a constatação de indícios de que esses deputados manifestaram apoio aos atos antidemocráticos e pela necessidade de aprofundar as investigações em relação a eles.

A operação de busca e apreensão e a quebra de sigilos foram solicitadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Entre os alvos da operação de hoje, está  o deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ). A ordem de Moraes, porém, mostra que a investigação é mais ampla e atinge outros parlamentares da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro.

Um dos braços da investigação busca rastrear os financiadores dos atos antidemocráticos. Alguns empresários também foram alvos de busca e apreensão hoje, como Otávio Fakhoury e o advogado Luís Felipe Belmonte, responsável pela organização e financiamento do novo partido de Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil. Com as quebras de sigilo bancário, a investigação busca mais pessoas que estejam apoiando financeiramente as manifestações, que pedem fechamento do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e intervenção militar.

O inquérito sobre os atos antidemocráticos foi solicitado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, em abril, para investigar a organização dessas manifestações e o possível cometimento de crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.

Na segunda-feira, a PF já havia prendido a extremista Sara Fernanda Giromini. Ainda há outros cinco mandados de prisão temporária em aberto, cujos alvos ainda não foram localizados.

Alguns desses personagens também são investigados no inquérito das fake news, conduzido por Alexandre de Moraes. Naquele inquérito, Moraes havia determinado quebra de sigilo bancário de Edgar Corona, Luciano Hang, Reynaldo Bianchi Junior e Winston Rodrigues Lima. A suspeita é de que eles estariam envolvidos no financiamento de fake news e ataques ao STF.

A deputada Carla Zambelli negou irregularidades e afirmou ser favorável à divulgação de seus dados bancários.

- Eu ficaria muito contente se, após ter acesso, o ministro fizesse o favor de tornar público meus dados bancários porque isso será importante para minha campanha de reeleição - afirmou.

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