Brasil

STF decidirá o que for melhor para país, diz Moraes sobre delação

O plenário do STF discute hoje a validade da delação dos executivos da J&F

Alexandre de Moraes: "Todo mundo que está fazendo prognóstico está chutando o que acha correto", diz o ministro (Ueslei Marcelino/Reuters)

Alexandre de Moraes: "Todo mundo que está fazendo prognóstico está chutando o que acha correto", diz o ministro (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de junho de 2017 às 14h14.

Brasília - Pouco antes de o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) discutir a validade da delação dos executivos do Grupo J&F, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, disse nesta quarta-feira, 21, que a Corte vai decidir o que for "melhor para o Brasil".

"Todo mundo que está fazendo prognóstico está chutando o que acha correto. Tenho absoluta certeza de que o Supremo vai decidir o que for melhor para o Brasil, dentro obviamente do que a Constituição e a legislação autorizam. Diferentemente do que muita gente que está fazendo prognósticos, (dizendo) que vai ter muitas divergências, briga aqui e ali, acho que é uma questão técnica que deve confluir para uma decisão que, ao encerrar, todo mundo vai achar que é o correto, o razoável", afirmou o ministro a jornalistas, depois de participar de seminário em Brasília promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).

Indagado sobre a possibilidade de revisão dos benefícios do acordo, Moraes evitou fazer comentários. "Isso é uma das questões do julgamento que vão ser analisadas. Não posso antecipar em uma hora o que vou votar", disse o ministro.

Conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira, a tendência na Corte é de formar maioria para confirmar a constitucionalidade das medidas tomadas pelo relator, ministro Edson Fachin, e manter o acordo em pé. Pelo menos cinco ministros votariam junto com Fachin.

Seminário

Moraes participou pela manhã de um painel sobre organizações criminosas e sistema penitenciário no âmbito de um seminário sobre direito administrativo e administração pública, promovido pelo IDP.

"O Brasil desde a reabertura democrática trata com absoluto descaso, hipocrisia e preconceito a questão de segurança. Não por outros motivos o Brasil chega agora a essa situação", disse Moraes, ao falar do quadro de segurança pública nacional.

"Se fez uma confusão mental e conceitual de que segurança é sinônimo de ditadura. Isso só existe no Brasil. Defender segurança pública passou a ser sinônimo de ser fascista, de ser contrário à democracia, sem que as pessoas pensassem um segundo", comentou o ministro.

Ex-ministro da Justiça do governo Temer, Moraes afirmou que a questão de segurança pública tem sido tratada com "hipocrisia" e "ideologia" pela sociedade brasileira.

"A sociedade prefere gastar R$ 1 bilhão, R$ 2 bilhões em qualquer coisa, menos em presídio", afirmou Moraes, que enfrentou uma crise no sistema penitenciário no início deste ano.

Para o ministro do STF, a situação dos presídios, que ocupou destaque na imprensa em janeiro deste ano, acabou sendo deixada de lado.

"Bastou voltar o Congresso em fevereiro, ninguém mais fala (sobre isso). Não há continuidade na discussão sobre segurança. Ninguém liga pra questão de segurança", criticou.

Assim como fazia na época em que comandava o Ministério da Justiça, Moraes voltou a afirmar que o Brasil prende muito e mal. "Prisão tem de ser para crimes com violência,grave ameaça e outras hipóteses como corrupção, reiteração. O restante, para quê? Sai muito mais barato investir em penas alternativas, prestação de serviço à comunidade, mas fiscalizar", frisou o ministro.

Acompanhe tudo sobre:Delação premiadaJ&FJBSJustiçaSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso

Chuvas fortes no Nordeste, ventos no Sul e calor em SP: veja a previsão do tempo para a semana