Brasil

STF decide o que fazer em caso de empate na primeira sessão após aposentadoria de Lewandowski

Questão dos é tema de projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados

STF: o tribunal passa a operar com um integrante a menos, dez ministros, o que pode levar a placares empatados (Ueslei Marcelino/Reuters)

STF: o tribunal passa a operar com um integrante a menos, dez ministros, o que pode levar a placares empatados (Ueslei Marcelino/Reuters)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 12 de abril de 2023 às 11h13.

Na primeira sessão realizada após a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a analisar nesta quarta-feira se o empate por falta de integrantes das turmas da Corte em julgamentos criminais deve favorecer o réu automaticamente. Com a saída do magistrado, o tribunal passa a operar com um integrante a menos, dez ministros, o que pode levar a placares empatados.

A questão dos empates é tema de projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 22 de março, e determina a proclamação imediata da decisão mais favorável ao réu no caso de placar idêntico, ainda que o julgamento tenha ocorrido sem a totalidade dos integrantes do colegiado.

O caso que será analisado pelo Supremo nesta quarta, da relatoria do ministro Edson Fachin, estava sendo debatido pelo plenário virtual, mas irá recomeçar devido a um pedido de destaque do ministro Gilmar Mendes.

Antes de a análise ser paralisada, já havia maioria formada para acompanhar o entendimento de Fachin, para quem, nas deliberações colegiadas de turmas, os empates decorrentes da ausência de algum dos integrantes do colegiado devem ser resolvidos com a suspensão do julgamento até que haja o desempate.

Lewandowski, por outro lado, defendeu que os casos empatados devem ser resolvidos a favor do réu, tanto nas turmas quanto no plenário. Ele foi acompanhado pelos ministros Dias Toffoli e Nunes Marques.

No Congresso, a questão que agora está no Senado visa alterar o Código de Processo Penal e a lei que institui normas procedimentais para determinados processos apresentados perante o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal, como crimes de ação penal pública, habeas corpus e recursos. Hoje, os réus são favorecidos em caso de empate apenas para a concessão de habeas corpus.

O projeto foi apelidado por críticos de "Lei Zanin", em referência ao advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin. Ele é o favorito para assumir a cadeira vaga após a aposentadoria de Lewandowski. O projeto aprovado pelos deputados foi avaliado como uma reação do Centrão a uma provável nova composição da Corte, responsável por julgar políticos com mandato.

Acompanhe tudo sobre:Supremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

'Extrema-direita não voltará a governar esse país', diz Lula sobre eleições de 2026

Moraes manda Ministério da Justiça formalizar pedido de extradição de Zambelli

Projeto que anula aumento do IOF deve ser pautado na terça, diz Hugo Motta

Empresários franceses prometem a Lula investir R$ 100 bi no Brasil