(Ueslei Marcelino/Reuters/Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de maio de 2017 às 14h08.
Última atualização em 18 de maio de 2017 às 15h04.
Brasília - O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), abriu um inquérito contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), a pedido da Procuradoria-Geral da República, em um desdobramento dos conteúdos apresentados pelos empresários Joesley e Wesley Batista em acordo de colaboração premiada homologado pelo ministro, por tentativa de obstrução das investigações na Operação Lava Jato.
Os donos da JBS, Joesley Batista e seu irmão Wesley Batista, gravaram uma conversa em que o presidente Michel Temer supostamente dá aval para a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 17, pelo colunista do jornal O Globo Lauro Jardim. O Estadão confirmou as informações e a homologação - que dá validade legal às informações informadas pelos delatores.
A conversa com Temer teria ocorrido no dia 7 de março deste ano, no Palácio do Jaburu, residência do presidente. No diálogo, Joesley teria dito ao peemedebista que estava pagando uma mesada a Cunha e a Lúcio Funaro, apontado como operador do ex-presidente da Câmara, também preso na Lava Jato, para que ambos ficassem em silêncio sobre irregularidades envolvendo aliados. "Tem que manter isso, viu?", disse Temer a Joesley, segundo relatou O Globo.
Em nota, na noite da quarta-feira, o Palácio do Planalto afirmou que "Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar".
"O presidente defende ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias."
É aguardado um pronunciamento de Michel Temer às 16h.