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Steinbruch quer ser vice de Ciro e só espera convite, diz fonte

Há cerca de uma semana, presidente da CSN pediu seu afastamento do cargo de vice-presidente da Fiesp

Benjamin Steinbruch: Presidente da CSN está pronto para encarar as próximas eleições como candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pelo pedetista Ciro Gomes (José Cruz/Agência Brasil)

Benjamin Steinbruch: Presidente da CSN está pronto para encarar as próximas eleições como candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pelo pedetista Ciro Gomes (José Cruz/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 14 de junho de 2018 às 09h02.

Última atualização em 14 de junho de 2018 às 09h03.

São Paulo/Brasília - Presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, o empresário Benjamin Steinbruch está pronto para encarar as próximas eleições como candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pelo pedetista Ciro Gomes, e espera apenas um convite formal, disse à Reuters uma fonte próxima ao empresário.

Há cerca de uma semana, Steinbruch pediu seu afastamento do cargo de vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Antes, ainda na janela partidária, havia se filiado ao PP, já com vistas a um cargo público.

Com o cenário eleitoral fragmentado e os partidos tentando fechar alianças de olho em tempo de propaganda eleitoral no rádio e televisão, o convite formal ao empresário ainda não veio, mas Steinbruch já foi consultado.

"O Ciro fez uma sondagem concreta a ele (Steinbruch)... Ainda não foi definido que será o vice na chapa, mas se ele for convidado, ele aceita", disse a fonte próxima ao empresário, na quarta-feira. "Ele se sente muito honrado com o convite."

Steinbruch é exatamente o perfil desejado por Ciro para seu vice-presidente.

"Ciro tem dito que o perfil que deseja para seu vice-presidente é alguém do setor produtivo e do Sul ou Sudeste. Ele acredita que é um complemento a seu perfil", disse à Reuters Cid Gomes, irmão do presidenciável e coordenador informal da campanha do pedetista. "Mas o partido só vai tratar da Vice-Presidência depois de resolver as coligações."

O PDT, no entanto, tem os olhos no PSB como seu principal possível aliado e pode terminar por oferecer a vaga de candidato a vice aos socialistas, se isso for necessário para fechar a aliança. Em conversa com a Reuters, o líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), admitiu que a vaga pode mesmo ir para o PSB e um nome possível seria o do ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda.

"O PSB tem sido nosso esforço maior porque o partido não tem candidato. É deselegante se tratar disso com um partido que já tem candidatura", disse Cid Gomes.

O PP, na verdade, não tem candidatura própria, mas até agora estaria fechado com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). No entanto, de acordo com uma fonte do PP, Maia deve anunciar nos próximos dias sua desistência da candidatura presidencial, o que deixaria o PP livre para analisar novas alianças.

A mesma fonte admite que o PP tem conversado não apenas com o DEM, mas com o MDB e com o PDT. A associação com Ciro Gomes tem uma vantagem direta para o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), candidato à reeleição em seu Estado, onde Ciro Gomes tem boa intenção de voto, mesmo que o viés de centro-esquerda do PDT divirja do PP, que é de centro-direita.

Relação pessoal

A proximidade entre Steinbruch e Ciro Gomes ajuda nas conversas, ambos se conhecem há cerca de 30 anos. Além disso, o presidenciável já foi diretor da CSN e presidente da Transnordestina Logística, uma subsidiária da CSN, até maio de 2016, e atualmente mantêm conversas frequentes com Steinbruch.

O empresário também defende temas semelhantes aos apoiados por Ciro, como redução dos juros da economia, ampliação do crédito e criação de uma política industrial.

De acordo com a fonte próxima ao empresário, Steinbruch está disposto a entrar para a política, mesmo que não seja em um cargo de vice-presidente. Aceitaria, por exemplo, ser ministro da Indústria. "Se for convidado para ministro, ele aceita", disse a fonte.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, confirmou as conversas com o PP. "Uma aliança com o PSB não exclui o PP. Queremos uma aliança forte e que inclua o capital produtivo", disse à Reuters. Lupi, no entanto, repete Cid e afirma que uma conversa sobre a Vice-Presidência só será feita depois da aliança fechada, e a prioridade no momento é o PSB.

"Não se pode configurar o vice sem ter as alianças definidas. E a tendência que isso só seja acertado no limite da legislação eleitoral", explicou.

Os partidos têm de 20 de julho a 5 de agosto para realizar as convenções partidárias que oficializarão as candidaturas e as coligações para a eleição de outubro.

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