Coronavírus: capital paulista também vai decretar estado de calamidade pública (Rahel Patrasso/Reuters)
Clara Cerioni
Publicado em 20 de março de 2020 às 12h37.
Última atualização em 20 de março de 2020 às 13h27.
O governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira, 20, que a partir desta sábado, 21, será declarado estado de calamidade pública para as 625 cidades do estado para enfrentamento do coronavírus. O Estado já tem mais de 250 pacientes confirmados com a doença e, até agora, cinco vítimas fatais, com pico da doença esperado para abril e maio na região.
A capital paulista também vai decretar estado de calamidade pública, segundo o prefeito Bruno Covas (PSDB). Segundo o governador João Doria (PSDB), a medida não é para "criar pânico", mas para facilitar processos. "O decreto simplifica o processo de compra e contratações de serviços essenciais dando mais agilidade e rapidez ao governo para o enfrentamento da doença", disse o governador. Já decretaram o mesmo Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte.
Covas anunciou em seguida que, a partir deste sábado, 21, todos os 107 parques municipais serão fechados por tempo indeterminado, inclusive o Parque Ibirapuera, um dos cartões postais da capital paulista.
O governador salientou que não há "nenhuma perspectiva de desabastecimento" de alimentos ou remédios para um "estoque desnecessário". A partir de segunda-feira, 23, mercados passam a vender álcool em gel a preço de custo. Será permitido que cada pessoa compre dois frascos por vez.
Desde o início da semana, a equipe de João Doria (PSDB) vem anunciando medidas para conter o avanço do coronavírus no estado. A mais recente foi uma publicação no Diário Oficial desta sexta-feira, 20, em que a Secretaria Estadual de Saúde torna obrigatória a notificação de casos de coronavírus em hospitais da rede privada.
Já existe também a recomendação para o fechamento de shoppings centers, academias e templos religiosos. Algumas unidades já começaram a encerrar suas atividades. Para evitar um colapso aos micro e pequenos empresários, o governo também vai disponibilizar R$ 500 milhões em crédito.
Na área social, por enquanto, o governo suspendeu a cobrança de água para 560 mil famílias do estado que pagam a tarifa social da Sabesp. Além disso, pessoas físicas e empresas terão prazo estendido de 90 dias antes do protesto de dívidas no estado.