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Em meio à reabertura, SP bate recorde de mortes por coronavírus em 24h

Segundo a Secretaria da Saúde, em um dia foram 327 óbitos confirmados. Com este aumento, o total foi 7.994

Leitos: o estado criou 3.622 vagas desde o início da pandemia. (Rodrigo Capote/Bloomberg/Getty Images)

Leitos: o estado criou 3.622 vagas desde o início da pandemia. (Rodrigo Capote/Bloomberg/Getty Images)

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Clara Cerioni

Publicado em 2 de junho de 2020 às 13h10.

Última atualização em 2 de junho de 2020 às 16h07.

O estado de São Paulo confirmou nesta terça-feira, 02, mais 327 mortes por coronavírus em 24 horas, um recorde desde o início da pandemia. O balanço divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde mostra que o total de vítimas chegou perto de 8 mil, com 7.994.

Há ainda 118.295 pessoas infectadas, um aumento de 6.999 casos em um dia. No total, 22.265 pessoas estão recuperadas da covid-19.

Questionados, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes nesta terça-feira, se a abertura foi precipitada, por conta dos recordes registrados hoje, a equipe de saúde do governo argumentou que o momento era adequado para começar a testar a volta gradual da economia.

"No final da semana teremos os dados dessa primeira semana e vamos discutir os ajustes que devem ser feitos", disse Carlos Carvalho, membro do Comitê de Saúde de São Paulo.

Desde a segunda-feira, 1º de junho, começou uma nova etapa do Plano São Paulo que permite a reabertura de parte da economia. O documento divide o estado em 17 regiões e estabelece cinco fases de abertura, que vão desde o isolamento total (fase 1) até a volta completa das atividades (fase 5).

O governo ainda avalia se o estado chegou a um momento de platô da pandemia, ou seja, quando o número de casos e de mortes estabiliza e começa a cair.

"Precisamos analisar esses números constantemente. Na capital paulista, é possível que esse platô esteja ocorrendo. Na grande São Paulo e no interior, provavelmente esse número deve aumentar. São Paulo, como o Brasil, é muito heterogêneo e a resposta não é a mesma para todos", disse o médico Carlos Carvalho.

"Em número absoluto, quando a gente vê os dados, sempre causa impacto. São Paulo continua sendo o local com maior número de casos. Mas levando em conta a taxa de casos confirmados por milhão de habitantes, é o décimo sexto", disse João Gabbardo, secretário-executivo do Centro de Contingência do combate ao coronavírus em São Paulo, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes nesta terça-feira.

Criação de leitos

O secretário da Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, disse que desde o início da pandemia, o estado reservou mais de mil leitos, dos já existentes, para atender exclusivamente aos casos de coronavírus. Além disso, outros 3.622 foram criados. A taxa de ocupação de leitos de UTI está em 73,5% em todo o estado e em 85,3% na grande São Paulo.

"Ainda há possibilidade de expansão de mais 1.604 leitos que a gente vai criar quando distribuir os respiradores que vão chegar ao estado de São Paulo. O total de atendimento pode chegar a 6.297 leitos", disse ele em coletiva nesta terça-feira.

O Brasil tem 526.447 pessoas infectadas e 29.937 mortes pelo coronavírus, segundo o Ministério da Saúde. Nos últimos sete dias, o país registrou o maior número de novas confirmações de casos e de mortes em todo o mundo, de acordo com relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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