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São Paulo terá Copa se Odebrecht cortar custo do estádio, diz ministro

A Odebrecht tem um mês para diminuir em pelo menos 20% o custo do Itaquerão, disse o ministro dos Esportes, Orlando Silva

A Odebrecht fez uma estimativa de 1,07 bilhão para o Itaquerão (Divulgação)

A Odebrecht fez uma estimativa de 1,07 bilhão para o Itaquerão (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2011 às 12h20.

São Paulo - A Odebrecht SA tem até o início de julho para reduzir o custo do novo estádio do Corinthians em pelo menos 20 por cento para que a cidade de São Paulo possa sediar a abertura da Copa do Mundo de 2014, disse o ministro dos Esportes, Orlando Silva.

A Odebrecht, maior empresa de construção e engenharia da América Latina, fez uma estimativa inicial de que o chamado “Itaquerão” custaria R$ 1,07 bilhão para atender à exigência da Fifa de ter 65.000 lugares, disse Silva. Um valor ao redor de R$ 800 milhões seria mais “razoável”, disse o ministro.

“Se deslanchar São Paulo, você terá o núcleo do problema resolvido”, disse Silva, 40 anos, em entrevista hoje na Bloomberg em São Paulo. “É a cidade mais importante do País e onde a gente quer fazer abertura da Copa.”

O País está avançando nos 85 projetos de mobilidade urbana nas 12 cidades escolhidas como sedes de jogos da Copa, assim como em infraestrutura de portos e aeroportos, além de construção e reforma de estádios, disse Silva. No Rio de Janeiro, os projetos também vão apoiar a preparação para as Olimpíadas de 2016.

Infraestrutura

Jacques Rogge, presidente do Comitê Olímpico Internacional, disse ontem que os aeroportos devem ser a prioridade.

O governo está investindo R$ 5,15 bilhões para ampliação de aeroportos e construção de pistas e terminais em 16 cidades para atender ao aumento da demanda doméstica e também da Copa e Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. Os aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília serão privatizados.


Corinthians e Odebrecht já estudam junto com os governos a possibilidade de construir o Itaquerão para 48.000 pessoas com instalações provisórias que deixariam o estádio com 65.000 lugares para receber a abertura da Copa, disse o ministro.

O governo não pretende reduzir o número de cidades-sede para o evento e a Fifa também não deve alterar os 12 locais já definidos, disse Silva.

“Os 12 estádios estarão prontos. Dez cidades já estão em obras. Natal começa nos próximos dias. Em São Paulo as obras precisam acelerar”, disse ele. “O nosso desafio é no fim de julho oferecer a informação de que as cidades de São Paulo, Salvador, Belo Horizonte e Brasília, que se colocaram para fazer a abertura da Copa, apresentam condições para que a Fifa decida.”

Financiamento

As obras de preparação para a Copa são estimadas em R$ 23 bilhões, segundo o ministro. A maior parte do financiamento virá do governo.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social se comprometeu a liberar R$ 400 milhões para o novo estádio do Corinthians em São Paulo. A capital paulista também vai lançar um fundo imobiliário no valor de R$ 300 milhões para complementar o financiamento, que ainda precisa ser aprovado pela Câmara Municipal, disse o ministro.

Bancos estatais como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil SA não vão entrar com empréstimos adicionais para a obra, segundo Silva. De acordo com o ministro, há possibilidade de o Banco Votorantim SA operar como agente repassador de recursos para a construção do estádio do Corinthians. O Banco do Brasil é dono de 50 por cento do Votorantim.

“Não existe hipótese do Banco do Brasil e da Caixa participarem do projeto de São Paulo”, disse. “Julgamos inadequado.”


A Odebrecht disse que o contrato para a construção do estádio é um assunto a ser resolvido entre a empresa e o Corinthians nas próximas seis semanas, segundo nota enviada por e-mail. De acordo com a nota, o objetivo é concluir as obras até dezembro de 2013.

MP da Copa

O governo conta com aprovação no congresso de medida provisória que cria um regime diferenciado de contratações de obras para a Copa e Olimpíadas. Segundo o ministro, essa proposta permitirá agilizar as licitações de obras e serviços, reduzindo a burocracia do processo.

“A legislação de licitação pode ser modernizada, garantindo máxima transparência e competitividade das várias empresas que pretendem participar do processo”, disse. “Mas se a MP não for aprovada, vamos cumprir o cronograma de obras do mesmo jeito com a atual lei de licitações.”

A oposição vê problemas na MP porque acha que esse regime de contratação cria “enorme insegurança jurídica”, disse o líder do Partido da Social Democracia Brasileira na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira, a repórteres em Brasília, ontem. Para ele, o projeto torna a empresa contratada responsável pela elaboração dos projetos básico e executivo, além da realização do projeto.

“A aprovação do Regime Diferenciado de Contratações funciona como assinar um contrato com um pedreiro em um papel de pão”, disse Nogueira. “O governo quer jogar no Congresso o ônus de não ter realizado as obras para a Copa e as Olimpíadas a tempo.”

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