Brasil

SP prevê ter 50 mil alunos em tempo integral em 2014

Depois de ter dificuldades no ano passado para expandir o novo modelo de tempo integral nas escolas estaduais, o governo de São Paulo conseguiu mais 101 unidades para 2014


	O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, visita Escola de Tempo Integral
 (Daniel Guimarães/Governo de São Paulo)

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, visita Escola de Tempo Integral (Daniel Guimarães/Governo de São Paulo)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2013 às 09h49.

São Paulo - Depois de ter dificuldades no ano passado para expandir o novo modelo de tempo integral nas escolas estaduais, o governo de São Paulo conseguiu que mais 101 unidades assumissem o programa para 2014.

Com as adesões, a modalidade vai chegar a 50 mil alunos em 170 unidades - mas longe da meta inicial, que era alcançar 300 escolas. Segundo a Secretaria da Educação, isso só deve ocorrer em 2015.

A implementação depende de adesão de alunos, pais e professores. O modelo prevê a jornada de oito horas e meia no ensino fundamental e de nove horas e meia no médio.

Os professores passam a ter dedicação exclusiva à escola, recebendo bonificação de 75% sobre o salário. Já os alunos, além do currículo tradicional, passam por matérias eletivas, que vão de prática de ciências à moda.

Mais tempo na escola e dedicação exclusiva, aliás, mostraram-se como barreiras para a expansão. No ensino médio, por exemplo, muitos alunos precisam trabalhar. Na outra ponta, professores recusam a dedicação exclusiva por terem dupla jornada em outras escolas.

Responsável pela implementação do modelo, Valéria de Souza, da Secretaria Estadual da Educação, explica que selecionar as escolas exige análise criteriosa. "A escola tem de ter espaço adequado e também unidades próximas que possam receber alunos que não quiserem ficar no integral", diz. "Mas o importante é não impor."

A rede estadual tem hoje dois modelos de tempo integral. O primeiro, criado em 2006, no mandato anterior do governador Geraldo Alckmin (PSDB), foi imposto de uma vez em 500 escolas de ensino fundamental.


Depois do registro de vários problemas, como falta de materiais e espaços, o Estado foi diminuindo o número de escolas e planeja abandoná-lo. No ano passado, 21 escolas migraram do modelo velho para o novo. Das 101 que adotarão o programa no ano que vem, 36 vão fazer essa migração.

Integral

A dedicação exclusiva do professor é apontada como o grande diferencial entre os modelos. Isso porque evita a divisão entre as disciplinas tradicionais e o conteúdo diversificado. Também elimina as aulas vagas.

"Minha antiga escola tinha muita aula vaga, mas agora sempre tem alguém. Até os alunos podem ajudar", diz Mariana Alves, de 15 anos, aluna da Escola Estadual Prefeito Nestor de Camargo, em Barueri. A unidade foi uma das 16 primeiras a receber a nova modalidade em 2012.

O progresso do modelo é visível nessa escola. Música na hora do intervalo, fila organizada para o almoço e bom relacionamento entre alunos e professores. Felipe Araújo, de 17 anos, diz que quando chegou, em 2012, achava chato e cansativo. "Mas a gente foi inovando, criamos essa quadra de vôlei no pátio, tem gente que traz o violão. Faz com que passar 9 horas aqui não seja cansativo", diz ele.

O diretor Dário Pinheiro diz que a "parte diversificada não é diversão, mas é muito prático, não é chato". "A aposta é no protagonismo juvenil, o aluno participando de tudo."

Segundo Valéria de Souza, da Secretaria Estadual, parte das 53 escolas que aderiram ao modelo no ano passado ainda passa por adaptações. O governador já indicou que planeja levar tempo integral para todas as 5 mil escolas do Estado. Hoje, a meta mais ampla a longo prazo é de um terço da rede no modelo.

Acompanhe tudo sobre:Educação no BrasilEnsino públicoEscolasEstado de São Paulo

Mais de Brasil

Bolsonaro nega participação em trama golpista e admite possibilidade de ser preso a qualquer momento

Haddad: pacote de medidas de corte de gastos está pronto e será divulgado nesta semana

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos