Brasil

SP firma acordo para conter violência contra jovens negros

Segundo o prefeito, Fernando Haddad, a parceria vai reforçar ações que a prefeitura desenvolve a partir do programa Juventude Viva


	Marcha pelo fim do extermínio do povo negro, em SP: em 2012 foram assassinadas 56.337 pessoas no país, das quais 30.072 tinham entre 15 a 29 anos. Destes, 77% eram negros
 (Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas)

Marcha pelo fim do extermínio do povo negro, em SP: em 2012 foram assassinadas 56.337 pessoas no país, das quais 30.072 tinham entre 15 a 29 anos. Destes, 77% eram negros (Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2015 às 15h59.

São Paulo - A prefeitura de São Paulo assinou hoje (29) termo de cooperação com o Ministério Público Estadual (MPE) para prevenir a violência contra a juventude negra da periferia.

Segundo o prefeito, Fernando Haddad, a parceria vai reforçar ações que a prefeitura desenvolve a partir do programa Juventude Viva – uma iniciativa do governo federal, com adesão da capital paulista.

Segundo o Mapa da Violência, em 2012 foram assassinadas 56.337 pessoas no país, das quais 30.072 tinham entre 15 a 29 anos. Destes, 77% (23.160) eram negros.

Com os recursos transferidos pelo programa, a prefeitura desenvolve ações a partir de diversas secretarias.

Entre elas, atendimento psicossocial a vítimas de violência, oferta de opções de lazer e cultura, internet wi-fi gratuita e promoção de campanhas contra racismo e preconceito.

De acordo com o prefeito, o acordo vai permitir o intercâmbio de informações que vão permitir à administração municipal ter um diagnóstico mais preciso dos problemas a serem enfrentados.

Ele destacou a sinalização, por parte do Ministério Público, sobre onde atuar e como atuar com mais energia, porque "eles têm um conjunto de informações nem sempre disponíveis para a gente, que agora estarão".

Tudo isso, acrescentou, "vai melhorar o fluxo de informações para que possamos atuar nos territórios de maior vulnerabilidade”.

Para a jornalista Gabriela Valim, que atua como articuladora do Juventude Viva em Itaquera, zona leste paulistana, além das parcerias institucionais é preciso reforçar a participação da população nas ações do Poder Público.

“O governo e a sociedade precisam conversar para que a gente tenha uma política acertada, que de fato dialogue com a nossa realidade nas pontas da cidade”, destacou.

O coordenador de Políticas para a Juventude, da prefeitura, Cláudio Aparecido da Silva, disse que as ações buscam não só levar opções de lazer diretamente aos jovens, mas também fomentar iniciativas da sociedade.

Segundo ele, a política do Juventude Viva é preventiva e tenta estabelecer nova trajetória para os jovens, oferecendo mais espaços públicos e a possibilidade de frequentar atividades artísticas e culturais, por exemplo, como o sarau O que Dizem os Umbigos, na zona leste.

O prefeito aproveitou a cerimônia para se reposicionar em relação às propostas de aumento do tempo de internação para jovens infratores.

Haddad havia dito que era favorável a uma alteração no Estatuto da Criança e do Adolescente para permitir que jovens com infrações graves ficassem mais de três anos internados.

Hoje, no entanto, ele disse que mudou de ideia. “Depois que eu fiz essa declaração, recebi várias informações de que já há previsão de internação por tempo maior, em casos específicos".

O prefeito posou para foto, na ocasião, com um cartaz contra a redução da maioridade penal.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasCrimeFernando HaddadJovensMetrópoles globaisNegrosPobrezaPolítica no BrasilPolíticos brasileirosPreconceitosPrefeitosPrefeiturasRacismosao-paulo

Mais de Brasil

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdermar

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua