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SP faz parceria com USP e FGV para medir impacto do uso de câmeras por PMs

O projeto terá duração de cinco anos e contará com orçamento de R$ 18,6 milhões

 (PMSP/Divulgação)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de agosto de 2022 às 19h20.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) assinou nesta segunda-feira, 22, um convênio para desenvolver pesquisas científicas na área de segurança pública. Um dos objetivos da iniciativa, que conta com a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é medir o impacto do uso das câmaras corporais (COPs) pela Polícia Militar. O projeto terá duração de cinco anos e contará com orçamento de R$ 18,6 milhões.

O convênio de cooperação científica e tecnológica envolve, além de USP e FGV, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Secretaria de Segurança Pública. Conforme a gestão estadual, a iniciativa prevê desde estudar mais a fundo o impacto das câmeras operacionais portáteis (COPs) a criar novas ferramentas de inteligência artificial que auxiliem na tomada de decisões na área de segurança pública.

A SSP designará 12 participantes que trabalharão em conjunto com pesquisadores das instituições parceiras. O grupo de policiais, das três polícias de São Paulo — Civil, Militar e Técnico-científica —, receberá bolsas de pós-graduação das universidades. Ao todo, o convênio contará com orçamento de R$ 18,6 milhões e terá duração de cinco anos.

Durante esse período, caberá aos participantes do projeto acompanhar a incorporação de novas ferramentas e tecnologias, como as COPs (também conhecidas como bodycams), de forma a avaliar seus impactos na atividade policial. Além de buscar desenvolver ferramentas de big data e inteligência artificial que aprimorem a capacidade de prevenir e combater o crime e a violência. A FGV implantará, para isso, o Centro de Estudos em Analytics e Políticas de Segurança, que receberá informações compartilhadas pela SSP.

O secretário de Segurança Pública, general João Camilo Campos, explicou durante a apresentação da parceria que as imagens das câmeras representam um novo suporte ao trabalho dos policiais, e por isso devem ser estudadas. "Tem candidato que é favorável, tem candidato que não é… (Mas) Câmeras corporais vieram para ficar", disse o secretário, ressaltando que estudos sobre o tema começaram em 2014 e a implementação efetiva ocorreu em 2021. Os resultados, desde então, se mostraram positivos.

Como mostrou o Estadão em abril, os batalhões equipados com câmeras operacionais portáteis (COP) tiveram redução de 87% nas ocorrências de confronto nos últimos três anos. O levantamento da Polícia Militar do Estado de São Paulo analisou dados entre os meses de junho a outubro, de 2019 até 2021. Os resultados têm motivado outros Estados a adotarem medidas similares. Ainda assim, pré-candidatos ao governo de São Paulo questionaram o uso de câmeras nas fardas.

Estado de São Paulo tem mais de 10 mil câmeras corporais em uso

Atualmente, a Polícia Militar do Estado tem 10,1 mil câmeras corporais em uso. "Isso representa câmeras em todos os policiais da cidade de São Paulo e da Grande São Paulo. Cerca de 22 milhões de pessoas recebem o serviço da Polícia Militar com o policial portando uma câmera operacional portátil (COP)", disse o coronel Robson Cabanas, responsável por gerenciar o projeto de implementação das câmeras na PM de São Paulo.

Cabanas informou que policiais de algumas cidades do interior do Estado, como São José dos Campos, Campinas, Guarujá e Cubatão, também já usam câmeras corporais. "Nós estamos fazendo agora uma ampliação de mais 1,7 mil câmeras, que levará às principais cidades do interior do Estado", disse o coronel.

Como exemplos, cita Ribeirão Preto, Rio Preto e Presidente Prudente. "O projeto prevê que, até dezembro de 2023, todo o Estado de São Paulo seja atendido por policiais usando câmeras de serviço", complementou. O Estado tem hoje 82,1 mil policiais militares em atividade.

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