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SP estuda tirar empresas envolvidas na Lava Jato de obra do metrô

As obras do ramal que deverá ligar a zona norte da capital paulista, começando em Brasilândia, até a região central, chegando na Liberdade, estão atrasadas

Metrô de São Paulo: "estamos vendo se a obra pode ser vendida. Se o consórcio pode ser vendido", disse secretário (.)

Metrô de São Paulo: "estamos vendo se a obra pode ser vendida. Se o consórcio pode ser vendido", disse secretário (.)

AB

Agência Brasil

Publicado em 28 de outubro de 2016 às 17h52.

Última atualização em 31 de outubro de 2016 às 11h13.

O governo de São Paulo estuda tirar a construção da Linha 6 - Laranja do Metrô da responsabilidade de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato.

As obras do ramal que deverá ligar a zona norte da capital paulista, começando em Brasilândia, até a região central, chegando na Liberdade, estão atrasadas.

Originalmente, a previsão para a conclusão do projeto, iniciado no ano passado era 2020, prazo revisto para pelo menos 2021.

"Estamos vendo se a obra pode ser vendida. Se o consórcio pode ser vendido. Outras soluções para que a gente possa retomar essa obra importante", disse o secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni.

Os problemas começaram, segundo o governo estadual, pelo atraso na liberação do financiamento da Caixa Econômica Federal para fazer as desapropriações.

Essa etapa está, agora, 90% concluída, de acordo com o secretário. Porém, as empreiteiras que fazem parte da Parceria Público Privada (PPP) não estão conseguindo financiamento devido às acusações de envolvimento nos casos de corrupção investigados pela Lava Jato.

"Temos a crise da Lava Jato", ressaltou Pelissioni ao enumerar os problemas que dificultam a conclusão das obras durante seminário sobre mobilidade urbana promovido pela revista Carta Capital.

"Temos uma PPP muito inteligente que é a Linha 6 do Metrô, a linha das universidades, vai da zona norte até São Joaquim, passando por mais de dez universidades. Infelizmente, as empresas não estão conseguindo financiamento do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] por questões reputacionais, como diz o BNDES."

Participam do consórcio Move São Paulo a Odebrecht, com 19,6% do controle acionário; a Queiroz Galvão, com também 19,6%; e a UTC, com 13,1%. O Fundo de Investimentos e Participações Eco Realty têm 47,7% da concessionária responsável pelas obras.

Linha Amarela

Sobre a Linha 4 - Amarela, que também está com a entrega atrasada em quatro estações, Pelissioni disse que parte das obras pendentes deve ser concluída no fim do ano que vem.

"Temos um cronograma de até dezembro de 2017 entregar [as estações] Mackenzie-Higienópolis e Oscar Freire, que estão aqui na região central. Morumbi, em 2018, e Vila Sônia, em 2019", disse.

Em julho de 2015, o governo de São Paulo rompeu o contrato com o consórcio Isolux Corsan-Corviam por não cumprir os prazos estabelecidos nos temos assinados em 2012 e por abandonar as obras.

Após nova licitação, foi firmado um novo contrato com o consórcio formado pelas empresas Tiisa - Infraestrutura e Investimentos S/A e Comsa S/A.

"Contratamos em julho deste ano um novo consórcio e em agosto as obras foram retomadas. Temos a informação de há cerca de 400 funcionários trabalhando lá", acrescentou Pelissioni sobre o ritmo dos trabalhos.

Tarifa

O prefeito eleito de São Paulo, João Doria, que também participou do evento, prometeu manter ao longo do próximo ano as tarifas do ônibus urbano da capital em R$ 3,8.

O secretário estadual de Transportes evitou dizer se o mesmo será feito em relação as passagens do metrô e dos trens metropolitanos, atualmente com o mesmo valor.

"Nós costumamos avaliar a questão da tarifa em janeiro. Então até lá nos pretendemos analisar muito bem a questão. Essa questão da tarifa alguém paga ou usuário paga ou o contribuinte paga", disse.

Em nota encaminhada a EXAME.com, o consórcio Move São Paulo afirma:

"A Move São Paulo esclarece que cumpriu todas as obrigações previstas no contrato de concessão da Linha 6 e a implantação já avançou em 15%. A suspensão das atividades se deveu a fatores alheios ao domínio da Concessionária, como: a deterioração da economia, os atrasos na liberação de áreas públicas por parte do Poder Concedente e mudanças nas exigências do BNDES. Trabalhamos para retomada do Projeto, tão logo seja obtido o financiamento de longo prazo e aprovado o reequilíbrio do Contrato de Concessão."

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