Brasil

SP entrega menos de 1% das moradias prometidas em PPP

Governo do estado e Prefeitura trabalharam juntos no programa de parceria, mas só entregaram 0,6% dos apartamentos prometidos

Entrega de projetos: apesar de ter reunido rivais políticos, clima do evento foi considerado saudável (Alexandre Carvalho/Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

Entrega de projetos: apesar de ter reunido rivais políticos, clima do evento foi considerado saudável (Alexandre Carvalho/Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de dezembro de 2016 às 14h28.

São Paulo - Com três meses de atraso, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) entregaram só 126 dos 20 mil (0,6%) apartamentos prometidos na primeira Parceira Público Privado (PPP) da habitação no País em evento nesta quinta-feira, 29, na Rua São Caetano, na Luz, região central de São Paulo. Estado e Prefeitura culpam a falta de interesse do setor privado.

"Parceria público privada você precisa ter privado interessado. Se você não tem empresa interessada, ela não existe, não é uma obra publica. Nós fizemos a PPP, só este lote teve interessados", disse Alckmin. "O prazo é seis anos para a PPP estar completa, nós estamos antecipando", disse.

Além das unidades entregues, estão previstas mais 91 unidades em prédio na Alameda Glete, já em obras, e mais 1.200 apartamentos na região da Nova Luz, que devem ter as obras iniciadas só em 2017.

O projeto da PPP foi anunciado um mês depois de Haddad ter assumido a Prefeitura de São Paulo, em 2013, e prevê investimentos nos empreendimentos de R$ 4,6 bilhões, sendo que a Prefeitura deve investir R$ 404 milhões, média de R$ 20 mil por unidade habitacional.

A iniciativa privada ficará com o custo de R$ 2,6 bilhões e a contrapartida do governo do Estado de São Paulo, a fundo perdido, deve ser de R$ 1,6 bilhão, em parceria subsidiada pelo programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal.

À época do anúncio foram prometidos prédios nos distritos da Sé e República, e nos bairros do entorno do Brás, Bela Vista, Belém, Bom Retiro, Cambuci, Liberdade, Mooca, Pari e Santa Cecília.O maior número de unidades habitacionais - 7.076 - seria concentrado nos bairros da Barra Funda, Santa Cecília, Pari e Bom Retiro.

O ato foi marcado pela presença de militantes do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), uma das entidades que mais cobraram a entrega das moradias. Durante os discursos dos políticos, o grupo gritou "Fora, Temer!".

Apesar da presença entre políticos antagonistas no cenário eleitoral - Haddad, derrotado na eleição municipal, o prefeito eleito João Doria (PSDB) e Alckmin - o clima foi de elogios. Eles ressaltaram o apoio mútuo para "além" dos partidos que pertencem.

"Tomei a liberdade de logo depois da minha posse ligar para o governador Geraldo Alckmin e demonstrar, logo no primeiro momento, que eu jamais ia colocar interesses partidários acima dos interesses da população", disse Haddad.

"A gente tem que reaprender a fazer política no Brasil. Os ânimos estão muito acalorados e a gente tem que colocar o interesse social acima de qualquer outro interesse pessoal, político, partidário, porque senão a população fica prejudicada".

Haddad também elogiou o prefeito eleito João Doria, que esteve no evento, mas não falou com a imprensa pois tinha outra agenda em seguida.

"Estamos fazendo uma transição de alto nível. Já éramos amigos há muito tempo, continuamos amigos independentemente da questão partidária, e no que depender de mim não vai ser só torcida. No que eu puder colaborar, sabe que sempre vai poder contar comigo".

Doria fez o mesmo. "Meu amigo, com o qual tenho feito uma excelente transição.

Nossa relação é a melhor possível, a mais amistosa possível. Nos falamos praticamente todo dia, duas ou três vezes por dia e assim será até o último dia e nos dias sucessivos, já que o prefeito Fernando Haddad assume também uma posição no Conselho Superior da cidade de São Paulo".

Já Alckmin ressaltou que Haddad fez um "belo trabalho" em seu mandato e disse que Doria pode "contar" com o governo do Estado.

Acompanhe tudo sobre:Geraldo AlckminFernando HaddadParcerias público-privadas

Mais de Brasil

Explosão provoca destruição em imóveis e deixa feridos na Zona Leste de SP

Chuva forte e novos temporais são esperados para fim de semana no Paraná

Lula cobra empenho de ministros na aprovação de projetos para segurança

Barroso lista três 'virtudes' que espera de seu substituto no STF