Cristo Redentor e o Rio de Janeiro: enquanto lá os morros foram ocupados, em São Paulo, foram as "várzeas", avalia Ângelo Bucci, professor de Arquitetura da USP (Michael Regan/Getty Images/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2012 às 18h20.
São Paulo – Nem só de diferenças vivem as cidades de Rio de Janeiro e São Paulo. As duas tiveram um processo similar de acomodar invasões e a população com menos dinheiro no século XX. Esta é a avaliação do arquiteto e professor da Universidade de São Paulo (USP), Ângelo Bucci. A única diferença entre ambas é o sentido.
“Tudo que em São Paulo foi expulso morro abaixo, na várzea, no Rio, foi expulso morro acima. SP é o Rio de Janeiro de ponta cabeça”, afirma o arquiteto, que proferiu palestra no evento Arq.Futuro, na capital paulista.
A opinião do professor surgiu quando ele explicava a professores estrangeiros e à plateia o processo de formação da cidade de São Paulo e acabou comparando-a ao Rio.
O Arq.Futuro discute o caminho de caos ou ordem que as grandes metrópoles poderão usufruir no futuro a partir da visão urbanística e de arquitetura.
“Acho que São Paulo tem toda condição de se tornar uma cidade cada vez melhor”, acredita o professor, que já lecionou em Harvard e Veneza.
Segundo ele, um dos aspectos que vão contra a qualidade de vida em uma cidade, o crescimento populacional, está estabilizado na capital paulista, permitindo que agora se erga a infraestrutura que não foi construída no passado.
Ontem, o urbanista do Departamento de Planejamento da Cidade de Nova York, Thaddeus Pawlowski, afirmou no mesmo evento que a cidade deve dar prioridade aos pedestres.