Do ano passado para cá, os radares em funcionamento em São Paulo pularam de 576 para 582 (Mario Roberto Duran Ortiz)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2012 às 12h03.
São Paulo - O número de radares cresceu. Também cresceu a quantidade de policiais militares habilitados a autuar. Diante disso, o mais lógico é esperar que as multas se multipliquem. Pois foi justo o inverso o que aconteceu na capital paulista. Estatísticas da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) revelam que, no primeiro semestre deste ano, menos veículos foram autuados do que no mesmo período de 2011, o que quebra uma sequência de dois anos de aumento.
De janeiro a junho, foram lavradas 4.840.417 multas na capital, 51 mil a menos - cerca de 1% - do que nos seis primeiros meses do ano passado. Do ano passado para cá, os radares em funcionamento em São Paulo pularam de 576 para 582. As infrações mais frequentes caíram: desrespeito ao rodízio (-23,8%), excesso de velocidade (-11,7%) e estacionamento proibido (-7,8%).
Especialistas têm hipóteses para explicar a queda que vão desde conscientização dos motoristas até questões políticas. Silvio Médici, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito (Abeetrans), diz que campanhas como a lançada há pouco mais de um ano, para incentivar o respeito aos pedestres, acabam tornando os motoristas cautelosos. "O motorista começa a ter a sua atenção voltada para a disciplina e a educação no trânsito."
Para Horácio Augusto Figueira, mestre em engenharia de tráfego pela Universidade de São Paulo (USP), alguns comportamentos, como dar a seta antes de virar, de fato melhoraram com o programa, mas não vê só nisso a explicação para a queda. "Os motoristas estão ficando escaldados. Um condutor passa por um ponto de fiscalização onde recebe uma, duas multas e, ali, passa a respeitar as regras."
O professor de Engenharia Civil da Fundação Educacional Inaciana (FEI), Creso de Franco Peixoto, pondera que um componente ligado às eleições também pode estar associado à redução. "Em períodos em que o Poder Executivo é avaliado pela população há uma tendência natural de seus órgãos apresentarem ações um pouco mais contidas."