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"Policial que não mata não é policial", diz Bolsonaro

Em evento em São Paulo, deputado disse ser o único "pré-candidato" a não ter hoje partido apoiando sua candidatura, nem bancada

Jair Bolsonaro: "estamos sozinhos. Sou mais que o primo pobre, sou o primo paupérrimo nessa história." (Antonio Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

Jair Bolsonaro: "estamos sozinhos. Sou mais que o primo pobre, sou o primo paupérrimo nessa história." (Antonio Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de novembro de 2017 às 14h18.

Última atualização em 27 de novembro de 2017 às 16h34.

São Paulo - O deputado Jair Bolsonaro, que já se declara pré-candidato à Presidência da República, confirmou nesta segunda-feira, 27, que vai se filiar em março ao PEN, partido que poderá lançar sua candidatura.

"Tenho acordo com Adilson Barroso presidente da sigla para ir ao PEN em março do ano que vem", disse o parlamentar em participação no fórum realizado pela Veja.

Apesar disso, o deputado disse ser o único "pré-candidato" a não ter hoje partido apoiando sua candidatura, nem bancada e, em entrevista dada logo após a participação do prefeito João Doria no evento, citou que tampouco conta com uma prefeitura. "Estamos sozinhos. Sou mais que o primo pobre, sou o primo paupérrimo nessa história."

O deputado falou no evento sobre planos para economia, área que disse ter sido massacrado ao reconhecer que não entendia, e, ao tratar de como pretende resolver problemas de segurança pública, tema que mais gosta de discorrer, mas que é de competência dos Estados, defendeu uma revisão do Código Penal. Isso porque avalia que os policiais não têm hoje direito sequer à legitima defesa.

"Temos que mexer no Código Penal e acabar com a figura do excesso. Dar dois tiros ou 15 no marginal para mim é a mesma coisa", afirmou Bolsonaro, recebendo aplausos da plateia que assistiu à entrevista dada ao jornalista Augusto Nunes.

Num momento em que criticou denúncias do Ministério Público sobre excessos em operações policiais de reintegração de posse, desafiou os promotores a estarem na linha de frente nesse tipo de ação. "Policial que não mata não é policial."

O deputado, ao elencar as diferenças a outros candidatos, disse que fala a verdade, tem Deus no coração e, embora diga não ver como virtude, garantiu ser honesto. "Fui o único da base aliada na época que não foi comprado pelo PT".

Também defendeu que os militares fiquem fora da reforma da Previdência. "É uma classe à parte em qualquer país. Trabalhamos 80 horas por semana e somos lembrados nos momentos mais difíceis" declarou. Se vencer as eleições, disse, o ministério da Defesa será conduzido por um general quatro estrelas. "O atual ministro da Defesa Raul Jungmann é defensor do desarmamento. Precisamos de técnicos nos ministérios", criticou.

O deputado ressaltou que é preciso acabar com incorporação salariais que, segundo ele, permitem a criação de marajás.

A respeito da corrupção, manifestou estar pensando em votar contra o foro privilegiado por gerar processos de até 30 anos. "Isso é um engodo". Também declarou que, se depender dele, prisões seriam mantidas até decisão judicial em segunda instância.

Questionado sobre projetos apresentados, o parlamentar respondeu que são mais de 500, porém o mais importante é o que cria o voto impresso para eliminar o risco de fraude eleitoral. Sobre isso, disse esperar que o ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), faça a lei valer nas próximas eleições.

Economia

Bolsonaro revelou que está "namorando" com o economista Paulo Guedes para ser seu nome para ministro da Fazenda, caso seja eleito.

O parlamentar disse que teve duas conversas, num total de oito horas, com Guedes. "É pessoa que a gente espera continuar namorando, quem sabe ficar noivo", disse o deputado, acrescentando que se aproximou do economista por ele ser crítico de planos econômicos anteriores e por não ter participado de governos petistas.

Bolsonaro disse que questionou nesses encontros com o especialista se seria possível adotar uma política que mantivesse o tripé econômico, arrecadasse mais com menos impostos e equacionasse a "questão" dos servidores. "Perguntei se é possível, ele disse que é possível", afirmou.

O jornalista Augusto Nunes, que entrevista o parlamentar, destacou que parece que o casamento tem hora marcada, no que Bolsonaro disse esperar que sim, mas deixou claro que será um "casamento hetero". A resposta provocou alguns aplausos na plateia que acompanha o evento.

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