Brasil

Solução para empate no julgamento do mensalão divide opinião

Houve uma indefinição a respeito do destino de um dos réus, o ex-deputado do PMDB José Borba


	José Borba: há quem defenda que, em caso de empate, o réu deve ser beneficiado; outros acreditam que o voto do presidente do STF tem peso maior e deve definir a pena
 (Agência Brasil)

José Borba: há quem defenda que, em caso de empate, o réu deve ser beneficiado; outros acreditam que o voto do presidente do STF tem peso maior e deve definir a pena (Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2012 às 09h56.

Brasília – O primeiro empate no julgamento da Ação Penal 470, processo conhecido como do mensalão, levou a uma indefinição a respeito do destino de um dos réus, o ex-deputado do PMDB José Borba. Com isso, várias correntes surgiram para a solucionar a questão.

Ontem (1º), os ministros se dividiram em um placar de 5 votos a 5 na acusação de lavagem de dinheiro que envolve Borba. O empate ocorreu porque a Corte está com um ministro a menos desde a aposentadoria de Cezar Peluso, no fim de agosto.

A situação é inédita em julgamentos penais recentes ocorridos no Supremo Tribunal Federal (STF), e o assunto não está expressamente contemplado na legislação ou no Regimento Interno da Corte. Por esse motivo, o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, deixou para bater o martelo sobre assunto apenas na etapa final do julgamento, já na fase de proclamação do resultado e da definição das penas.

Pelo menos quatro correntes surgiram para dizer se o réu é culpado ou inocente. A primeira delas é uma derivação da solução para o empate nos casos de habeas corpus, que sempre devem ser definidos favoravelmente aos réus. A segunda entende que, no caso de crime contra a administração pública, a defesa dos bens públicos é mais importante que a garantia individual dos réus.

A terceira corrente, derivada do Regimento Interno do STF, defende que, no caso de empate, o voto do presidente tem peso maior. A solução já foi aplicada em processo civil, mas nunca em processo criminal.

Uma quarta corrente seria esperar a chegada do novo ministro da Corte para definir a questão. Teori Zavascki foi indicado pela presidente Dilma Rousseff para substituir Peluso, e sua nomeação está pendente de aprovação no Senado. Na semana passada, ao comentar o assunto em sabatina na Casa, Zavascki sinalizou que não pretende participar do julgamento do mensalão e que, em caso de empate, o réu deve ser favorecido. Ele também deixou claro que quem vai definir sua participação no processo será a própria Corte.

Outra solução possível, que não envolve interpretação de lei ou regras vigentes, é um dos ministros decidir mudar seu voto para formar maioria pela condenação ou pela absolvição.

Acompanhe tudo sobre:JustiçaMensalãoPolítica no BrasilSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas