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Solidariedade declara apoio a Lula e Alckmin fala em prenúncio da vitória

O presidente da sigla, Paulinho da Força, afirmou que fez questão de convidar pessoas, para além da esquerda e centro esquerda, para mostrar que a candidatura de Lula pode crescer

Lula, Paulinho da Força e Alckmin em evento que oficializa apoio do Solidariedade à chapa (WERTHER SANTANA/Estadão Conteúdo)

Lula, Paulinho da Força e Alckmin em evento que oficializa apoio do Solidariedade à chapa (WERTHER SANTANA/Estadão Conteúdo)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de maio de 2022 às 13h48.

Última atualização em 3 de maio de 2022 às 19h29.

Em ato que oficializou o apoio do Solidariedade à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da sigla, Paulinho da Força, afirmou nesta terça-feira (3) que fez questão de convidar pessoas, para além da esquerda e centro esquerda, para mostrar que a candidatura de Lula pode crescer. "Essa aliança pode ser muito maior", afirmou.

O parlamentar disse, também, que a eleição ainda não está ganha e que é preciso focalizar forças na ampliação de alianças. “Estamos perdendo tempo com algumas coisas, como vaia e reforma trabalhista”, declarou.

Em relação à reforma trabalhista, Paulinho disse que isso será resolvido em dois meses dentro do Congresso Nacional. “Falo isso porque precisamos tratar o Brasil”. “Você (Lula) precisa ser a pessoa que una aqueles que querem um Brasil diferente”, afirmou.

Alckmin

O ex-governador de São Paulo e pré-candidato à vice na chapa a disputa ao Planalto, Geraldo Alckmin (PSB), disse durante ato que oficializou o apoio do Solidariedade à candidatura do petista, que o encontro é o "prenúncio da vitória". O evento reuniu lideranças políticas de centro e esquerda em São Paulo.

Durante o ato, Alckmin afirmou que "a solidariedade", em referência ao nome da legenda presidida por Paulinho da Força, é o sentimento mais importante de todos nós. "É a solidariedade que nos traz compaixão. É a solidariedade que nos traz coragem para lutar e mudar o nosso País", disse.

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Em elogios ao ex-presidente, Alckmin disse que "o mundo do trabalho deu ao Brasil" o seu maior líder popular: Lula. "No tempo do Lula o salário mínimo cresceu muito acima da inflação, o povo consumiu, a economia avançou, o emprego cresceu", afirmou o ex-tucano.

Em críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), Alckmin disse que, hoje, há um ajuste fiscal em cima do mais pobre, na qual não repõe "nem a inflação, porque a inflação sobre alimentos é muito mais alta".

"Não tenho dúvida, o Brasil vai mudar, o Brasil precisa mudar, política é esperança, e a esperança hoje no Brasil é o presidente Lula. Ele que tem a liderança, experiência, capacidade de trabalho para retomar o caminho correto do nosso País", disse Alckmin. "O Brasil precisa mudar, política é esperança, e a esperança hoje é o presidente Lula", finalizou.

Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou durante ato que oficializou o apoio do Solidariedade ao petista, que a Petrobras não é apenas "uma empresa de petróleo, mas uma empresa de desenvolvimento". Lula enfatizou que companhia de capital público tem que ter lucro e não pode ser deficitária. No entanto, "o lucro de uma empresa de economia mista não pode ser o lucro de uma empresa qualquer que não tenha nenhuma finalidade social", disse durante o encontro.

Sobre a política de Preço de Paridade Internacional (PPI) da Petrobras, Lula disse que é divergente dolarizar os combustíveis enquanto a população consome em reais. "Se a gente paga em reais por que temos que preço internacionalizado?", questionou.

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Lula também afirmou no discurso que, durante o período em que esteve na Presidência, conseguiu "provar" que o salário mínimo não é o responsável pela alta na inflação. Em críticas veladas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), o petista disse que, atualmente, "50% da inflação é resultado dos preços controlados pelo governo", como energia elétrica, gasolina e óleo diesel.

"Muitas vezes eu ouvi dizer que era difícil aumentar o salário mínimo, porque a inflação viria em seguida. Vocês contribuíram para que a gente tomasse a decisão de corrigir todo ano o salário mínimo pela inflação (…). Com isso, conseguimos elevação real do salário mínimo e a inflação ficou dentro da meta", disse Lula. "Nós provamos que não é o salário mínimo que causa inflação, o que causa inflação são os preços administrados pelo governo", enfatizou o petista.

Imperador do Japão

Em novas críticas ao atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender nesta terça-feira (3) a necessidade de eleger deputados e senadores comprometidos com as pautas do governo. De acordo com o petista, Lira age como se fosse imperador do Japão.

"O atual presidente da Câmara já tá querendo criar o semipresidencialismo e ele age como se fosse imperador do Japão" discursou Lula durante ato que oficializou o apoio do Solidariedade à candidatura do petista.

Lula voltou a criticar o chamado orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão/Broadcast e criado para angariar apoio de parlamentares em troca de verbas. "O orçamento é aprovado pela Câmara e tem que ser administrado pelo governo e é o governo que decide cumprir o orçamento em função da realidade financeira do estado brasileiro", defendeu o ex-presidente.

O petista disse que viajará pelo Brasil e fortalecerá a missão de formar uma bancada forte no Congresso nas eleições deste ano. "Quem quiser ficar na rede social que fique. Eu vou viajar o Brasil e vamos ter que publicar em cada comício uma lista dos nossos deputados naquele Estado. A gente tem que dizer: esses são os nossos senadores e deputados", disse.

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Lula também afirmou nesta terça-feira, durante ato que oficializou apoio do Solidariedade sua pré-candidatura ao Planalto este ano, que não pensa que já ganhou as eleições. A fala faz referência as críticas que vem recebendo de lideranças que se queixam do suposto "salto alto" de Lula e do PT na disputa.

"Eu não penso que já ganhei as eleições, porque se tem alguém nesse País que tem experiência de eleição presidencial sou eu. Mas eu posso dizer uma coisa: se prepare porque nós vamos tomar posse na Presidência da República no dia 1º de janeiro de 2022", disse durante evento, sob aplausos e gritos.

Lula reforçou que, se eleito, provará que "este País tem uma dívida muito grande, que não é dívida externa, que não é dívida para empresário. Este País tem uma dívida que temos que assumir o compromisso de pagar, uma dívida que ninguém que é cristão pode dormir tranquilo sabendo que tem criança com fome, gente pegando isso na fila de açougue", completou o petista.

Ao fim do evento, Lula gritou: "Alckmin, temos um compromisso de cristão, nós precisamos cuidar das pessoas mais pobres", disse. Ao longo do encontro, o petista fez diversas menções religiosas, acenando exatamente para o público que compõe a base do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Sindicatos

Lula também disse no evento "não tem democracia forte no mundo que não tenha sindicato forte". No entanto, em aceno ao setor empresarial, o petista explicou que "o sindicato não quer que o empresário tenha prejuízo".

"Se tiver prejuízo a fábrica quebra. Essa gente tem que entender que nós não somos imbecis. O sindicalista quer que a fábrica seja forte, ganhe muito dinheiro, aumente o salário dos trabalhadores e gere emprego", afirmou.

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No evento, Lula disse que o emprego será uma obsessão dele e defendeu política de fomento ao empreendedorismo. O petista voltou a dizer, ainda, que é preciso transformar o BNDES. "Acho o BNDES uma das coisas mais extraordinárias criadas pelo governo. Entretanto, não pode ser mais um banco para emprestar dinheiro para grandes empresas, precisamos cuidar do pequeno e médio empresário deste país para incentivar a pessoa que quer ser empreendedora", disse.

Apoios

O evento de hoje oficializa o apoio do Solidariedade à candidatura do petista ao Planalto. PSB, PCdoB, PV, Solidariedade, Rede e PSOL já decidiram apoiar Lula. O ex-presidente busca atrair MDB, Avante e PSD.

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