Brasil

British Gas questiona Lava Jato sobre contratos

A companhia é uma das principais sócias da Petrobras e se mostrou atenta aos problemas envolvendo seus negócios no Brasil e as empreiteiras denunciadas


	BG Group: questionamentos foram feitos sobre contrato para entrega de oito plataformas FPSO
 (Wikipedia)

BG Group: questionamentos foram feitos sobre contrato para entrega de oito plataformas FPSO (Wikipedia)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 21h45.

São Paulo - A gigante inglesa do setor petrolífero British Gas (BG Group) encaminhou à Polícia Federal questionamentos sobre as regras de "compliance" e "possíveis repercussões" da Operação Lava Jato envolvendo empresas terceirizadas em contratos do pré-Sal, na Bacia de Santos. 

A companhia é uma das principais sócias da Petrobras e se mostrou atenta aos problemas envolvendo seus negócios no Brasil e as empreiteiras denunciadas no maior escândalo de corrupção e propina do país.

"O documento de folhas 18/115 trouxe aos autos questionamentos feitos pela British Gas acerca de regras de compliance e possíveis repercussões junto a Operação Lava Jato envolvendo as empresas SBM, Iesa, Engevix, Integra, Ferrostaal e Schahin, potenciais parceiras da multinacional."

Os questionamentos foram feitos especificamente sobre o contrato para entrega de oito plataformas chamadas de FPSO (sigla em inglês de Floting Production Storage ande Offloading) para o pré-sal, na bacia de Santos.

São espécies de navios de produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás natural, com escoamento por navios petroleiros, utilizados em pontos distantes da costa, em alto mar.

"A BG faz parte de dois consórcios (M-S-9 e BM-S-11) juntamente com as subsidiárias da Petrobras, Tupi BV e Guara BV, cujo escopo seria a instalação de oito FPSOs Replicantes junto a locações do Pré-Sal na Bacia de Santos", informa o delegado Eduardo Mauat, em seus relatório final do inquérito envolvendo a Engevix, nos esquemas já aprofundados na Lava Jato.

"Para tal empreitada a Petrobras anunciou à imprensa a contratação das empresas DM Construtora de Obras/TKK Engenharia, Iesa Óleo e Gás, Tomé Engenharia/Ferrostaal Industrienalagen, Keppel Fels do Brasil, Jurong do Brasil Prestação de Serviços e Mendes Jr. Trading Engenharia/OSX Construção Naval, vindo também a contratar a Engevix-Ecovix Construções Oceânicas para fornecimento dos casos dos FPSOs, seguindo-se diversos aditivos", acrescenta o documento.

Em 2013, a British anunciou que pretendia investir US$ 15 bilhões no Brasil até 2018, tornando-se o maior aporte de capital da gigante inglesa em países do mundo afora.

A Polícia Federal informou que ainda vai aprofundar as investigações envolvendo o mercado offshores, que engloba os negócios das plataformas do Pré-Sal, os investimentos da área Internacional operados pelo lobista Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano - denunciado nesta segunda-feira, 15 - e também a Transpetro.

Tanto Fernando Baiano como o presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, são ligados ao PMDB.

"Destacamos que a área de off-shore ainda será objeto de aprofundamento em investigações futuras", informa a PF no relatório final.

No documento, o delegado anexou informação da Petrobrás em relação a valores pagos à Engevix, uma das subcontratadas da parceria do grupo inglês com as duas subsidiárias, informando que quando a soma envolver os negócios de plataforma ele deve subir.

"A Petrobras informou o total de pagamentos feitos à Engevix, os quais totalizaram R$ 1,8 bilhão, acreditando-se tal cifra seja maior, somando-se os contratos consorciados e off-shore", registra.

"Consta ofício da Petrobras informando que a Transpetro teria pago a Engevix R$ 9 milhões entre 2005 e 2012."

Em nota, a Engevix informou que os contratos questionados na Operação Lava Jato são da própria empresa. O contrato das plataformas é da Ecovix, empresa que tem como acionistas o Grupo Jackson e um consórcio de cinco empresas do Japão.

"Não há contrato da Ecovix nessa investigação da Lava-Jato. A primeira plataforma já foi entregue (P66) e a P67 e a P69 estão caminhando bem", disse a empreiteira.

Veja abaixo o posicionamento da Transpetro:

"A Transpetro tem a informar: 

1) A Transpetro não presta serviços offshore;

2) A Transpetro contratou regularmente a Engevix através de três processos licitatórios, que resultaram na celebração de três contratos distintos;

3) Os contratos tiveram como objeto a prestação dos seguintes serviços, celebrados, respectivamente, nos anos de 2004, 2005 e 2011: a) serviços de inspeção de faixas de dutos; b) estudos e projetos geotécnicos e de drenagem em faixas de dutos; c) elaboração de projetos industriais de melhorias em instalações da Companhia;

4) O valor total pago foi de R$ 9.068.241,64;

5) Atualmente, a Transpetro não possui contrato vigente com a Engevix."

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEnergiaEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoOperação Lava JatoPetrobrasPetróleo

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas